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Morre aos 66 anos Menezes Direito, ministro do Supremo

Prestes a completar 67 anos, magistrado lutava havia quatro meses contra câncer

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Por Fabiana Cimieri , Marcelo Auler e RIO
Atualização:

Após quatro meses de luta contra um câncer no pâncreas, morreu no início da manhã de ontem o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Alberto Menezes Direito. Ele estava internado desde sexta-feira no Hospital Samaritano, em Botafogo, zona sul do Rio, com hemorragia digestiva. O ministro completaria 67 anos na próxima terça-feira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou rapidamente pelo velório, às 16 horas, pouco antes de o corpo ser levado para o Cemitério São João Batista, em Botafogo. Acompanhado do governador do Rio, Sergio Cabral Filho, e do prefeito Eduardo Paes, Lula cumprimentou os filhos e a viúva do ministro e saiu menos de 10 minutos depois, sem dar entrevistas. Também passaram pelo Centro Cultural da Justiça os ministros Nelson Jobim (Defesa), Tarso Genro (Justiça) e Edson Santos (Igualdade Racial). Direito descobriu o câncer no início de maio e foi operado uma semana depois pela equipe do médico Fábio Miranda. Mas a doença evoluiu e, segundo os médicos, as sessões de quimioterapia e radioterapia não surtiram o efeito desejado. Desde então, a preocupação dos médicos passou a ser evitar as dores. No sábado à noite, o ministro foi sedado e assim permaneceu até as 6 horas de ontem, quando morreu. FAMÍLIA Direito era casado com Wanda Viana, com quem teve três filhos: Carlos Alberto, advogado; Gustavo, juiz, e Luciana, promotora. Seu velório foi no Centro Cultural da Justiça Federal, um prédio histórico no centro do Rio que foi sede do STF na época em que a cidade era a capital da República. O caixão com a bandeira do Brasil permaneceu no plenário, diante da bancada que servia aos julgamentos. Diversas autoridades estiveram no plenário. Do STF compareceram o presidente Gilmar Mendes, o vice César Peluso e Ricardo Lewandowski, além do ministro Joaquim Barbosa, o primeiro a chegar. Mendes, Peluso e Lewandowski vieram de Brasília no mesmo voo com o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). Estiveram presentes também o ministro Gilson Dipp, corregedor da Justiça Federal, e o presidente do Superior Tribunal de Justiça, César Asfor. Cotado para ocupar a cadeira de Direito no STF, Asfor esquivou-se. "Trata-se de uma escolha pessoal do presidente da República com apreciação do Senado. Não fiz, não faço e não farei nenhum movimento nesse sentido." Em nota, o presidente Lula elogiou o "brilhantismo e elevado espírito público" de Direito, que, segundo ele "fundamentava seus votos com muito critério, objetividade e consistência". Lula também elogiou seu estilo discreto. "Sua discrição e sobriedade emprestavam mais força às posições que adotava." O governador Sergio Cabral Filho destacou que "Direito, um patrimônio do Rio, se destacou pelo seu conhecimento jurídico e compromisso com a Justiça".

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