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Moroni deixa o xerife de lado e apresenta novo estilo ao eleitor

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Por Redação
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Em sua terceira tentativa de se eleger prefeito de Fortaleza, o ex-policial federal Moroni Torgan (DEM) trocou a postura de xerife por um estilo "low profile" e lidera as pesquisas de intenção de voto em uma eleição que parecia reservada a um duelo feminino entre Luizianne Lins (PT) e Patrícia Saboya (PDT). Moroni se tornou conhecido dos cearenses como destemido delegado da Polícia Federal que enfrentava os criminosos frente a frente. Apesar da projeção, o estilo durão não lhe trouxe sucesso quando disputou a prefeitura de Fortaleza em 2000 e 2004. Na primeira tentativa, não passou do primeiro turno. Na última eleição, perdeu para a atual prefeita e candidata à reeleição Luizianne Lins, no segundo turno. A mudança do estilo que marcou sua imagem nas eleições anteriores objetiva romper um teto de 30 a 35 por cento na preferência do eleitorado para conseguir chegar à prefeitura. Em pesquisa do Ibope, no último dia 15, Moroni aparece com 33 por cento das intenções de voto, contra 28 por cento de Luizianne e 19 por cento de Patrícia Saboya. "Esqueça o Moroni das campanhas passadas...hoje temos um novo Moroni, mais tranqüilo, seguro, consistente nas argumentações, uma imagem low profile", anuncia Luis Sergio Santos, assessor de imprensa da campanha. Membro da Igreja Mórmon, Moroni abandonou seu discurso conservador e se conciliou com os homossexuais, alvo de críticas suas em disputas passadas. Em recente ato de campanha, o candidato garantiu apoio às causas de grupos homossexuais. Seu nome, porém, não figura na lista de candidatos simpatizantes elaborada pela Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), na qual estão suas adversária Luizianne e Patrícia. OLHO NO OLHO Aliado ao novo estilo, o segredo do candidato, segundo sua assessoria, é a velha fórmula de fazer campanha no corpo-a-corpo. "Desde julho, Moroni já percorreu praticamente todos os bairros de Fortaleza e começa agora a rodar de novo nessas localidades", diz Santos. "Enquanto outros candidatos estão nos palanques, ele está no porta a porta, com o pé no chão, abraçando e conversando com o eleitor", completa o assessor. Ao lado de Moroni, existe agora um executivo, Alexandre Pereira, que na condição de vice, busca agregar à chapa o apoio de setores do empresariado. "Alexandre trouxe para a campanha um grupo de executivos que trabalha em cima de resultados, com baixo custo e alta produtividade e benefícios", reforça o assessor de imprensa. O cientista político, Francisco Moreira Ribeiro, ao analisar o desempenho de Moroni nas pesquisas, reforça a tese de Luis Sergio Santos. "A única explicação até o momento para esse viés de crescimento de Moroni em cada pesquisa é o trabalho duro que ele vem fazendo desde o primeiro momento na rua, o velho porta a porta. Ele não esperou pelo palanque eletrônico e começou cedo indo aos bairros de periferia que são verdadeiras pequenas cidades", analisa Moreira. Embora Moroni tenha um índice de rejeição relativamente alto, em torno de 26 por cento, Moreira destaca que o viés de crescimento do candidato é um ponto a seu favor. O cientista político lembra que nas últimas campanhas, Moroni tem mantido esse percentual de 30 por cento de eleitores cativos. "Seu desafio será ampliar isso", diz Moreira, ressaltando também a mudança de discurso, antes voltado unicamente para a segurança.

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