Moradores protestam por fim de pedágio em Humaitá

Índios da reserva Tenharim prometem retomar a cobrança em rodovias federais em fevereiro

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Por Chico Siqueira
Atualização:

O comércio de Santo Antonio do Matupi (AM) ficou fechado na manhã desta segunda-feira, 13, em protesto contra o desaparecimento de três pessoas na reserva dos índios Tenharim, na região de Humaitá (AM). Os manifestantes interditaram parcialmente dois pontos da rodovia Transamazônica (BR-230) que passa por dentro do distrito e montaram postos para coleta de adesão a um abaixo-assinado pedindo o fim dos pedágios montados pelos índios na rodovia.Mais de 3 mil pessoas já assinaram o documento na região, segundo os organizadores do movimento. A Polícia Rodoviária Federal acompanha a movimentação à distância. Apesar da paralisação, os manifestantes dizem que o fechamento do comércio também serve para chamar a população para assinar o documento e afirmam que, apesar do clima tenso na região, não haverá tumulto. Nesta segunda, o Ministério da Justiça decidiu ampliar a permanência da Força Nacional na região por mais três meses. O protesto ocorre um dia depois da reunião dos caciques com uma comissão enviada pela presidente Dilma Rousseff para iniciar o processo de pacificação entre moradores e índios na região. Mas a comissão, formada por militares do Exército, representantes da PF, governo do Estado, Funai e igreja, não conseguiu convencer os índios a parar com a cobrança do pedágio.Os índios argumentam que cobrança é o único modo de se sustentarem e uma forma de compensar os danos causados a eles pela construção da BR-230, que passa no interior da reserva. O governo propôs fazer a compensação econômica e políticas sociais para os índios, mas eles reclamam da demora do governo, reafirmam que voltarão a cobrar o pedágio em 1° de fevereiro e pedem presença do ministro da Justiça na reserva para discutir a questão. A comissão, por sua vez, anunciou a instalação de duas bases da Polícia Rodoviária Federal na BR-230 na divisa com as terras indígenas.

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