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Momento é bom para acelerar redução do juro, diz Chinaglia

Segundo o presidente da Câmara dos Deputados, as conquistas recentes do País dão a Lula a legitimidade para tomar a decisão política de acelerar o crescimento

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT), considera necessário acelerar a redução das taxas de juros sem perder de vista o controle inflacionário. "Acho que está num bom momento para o Brasil fazer isso", disse ao chegar a Porto Alegre, no início da noite deste domingo, para encontros com empresários e parlamentares. Segundo Chinaglia, conquistas recentes do País, como superávit nas contas correntes, aumento das reservas cambiais, duplicação das exportações e abertura de novos mercados na África e Oriente Médio, dão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a legitimidade para tomar a decisão política de acelerar o crescimento. "Agora cabe ao Banco Central e aos ministérios da Fazenda e do Planejamento operacionalizar aquilo que é o objetivo", afirmou. Como presidente da Câmara, Chinaglia disse que tomou a iniciativa de unificar o debate sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) numa comissão geral, suprimindo a idéia inicial de fazer uma discussão com a base e outra com a oposição, para agilizar o trâmite das matérias que dependem de análise do Parlamento. O deputado explicou que a decisão combina aspectos como tratar igualmente oposição e base, tornar o debate mais público, poupar tempo dos ministros e da Câmara e chegar mais rapidamente às votações. Lula e o PT Chinaglia foi evasivo ao abordar o discurso que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez na sexta-feira, em Salvador, condenando as lutas internas do PT e preferiu lembrar que, neste momento, fala como presidente da Câmara. "Eu acho que o presidente, quando ele fala ao seu partido, ele tem um peso específico, grande, que seguramente vai ter conseqüências na avaliação interna do PT", comentou. Numa breve comentário sobre a frase "nós não podemos dar tiro no pé", dita por Lula, Chinaglia destacou que os petistas não podem fazer da disputa interna algo que atrapalhe os projetos maiores que o partido tem que ter. "Eu creio que ele (Lula) deu um recado claro, (expondo) a opinião que ele tem do que deve ser feito com o País e, nesse sentido, entrou ministro, deputado, entrou todo o mundo." Ressalvando que não interpreta a palavra de quem quer que seja ao pé da letra, o deputado acredita que Lula fez uma cobrança geral ao PT, chamando a atenção para as responsabilidades do partido como sigla que detém a presidência da República. "O que ele disse é que as disputas internas não devem envolver o governo", reiterou Chinaglia. "Então eu acho que esse é um diálogo interno do PT e prefiro que a presidência do PT responda". Segurança O presidente da Câmara destacou, ainda, que pelo menos dois dos dez projetos que tratam da segurança pública, reduzindo algumas concessões a presos por crimes hediondos, estarão na pauta de quarta-feira. Ressalvou que o debate já estava previsto e não foi marcado como conseqüência da morte do menino João Hélio Fernandes, arrastado por sete quilômetros por ladrões no Rio de Janeiro. Ele considerou a discussão do tema para atualização da legislação como salutar, mas advertiu que não se pode criar a ilusão de que a lei dá proteção naturalmente. "(O País) tem que trabalhar a prevenção, as causas sociais, combater o tráfico e o mundo das drogas". Chinaglia teve em Porto Alegre uma reunião com empresários na sede da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul e sua agenda previa também uma visita privada ao deputado federal Mendes Ribeiro Filho (PMDB), que submeteu-se a uma cirurgia no cérebro e recebeu alta da Santa Casa de Misericórdia neste domingo. Nesta segunda-feira, o presidente da Câmara toma café da manhã com deputados estaduais gaúchos.

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