PUBLICIDADE

MLST lança empresa comunitária e selo de qualidade

Os produtos serão vendidos na região de Ribeirão Preto e depois pela internet

Por Agencia Estado
Atualização:

O Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) lançou nesta terça-feira, 14, em Ribeirão Preto, a Empresa Agrícola Comunitária (EAC), a primeira do movimento no País, que irá comercializar as produções do acampamento local e até de outros. O diretor nacional do MLST, Bruno Maranhão, esteve na cidade e também acompanhou o lançamento da marca Puro da Terra, o selo de qualidade de produção do movimento. Cerca de 150 famílias do MLST estão na Fazenda da Barra, que já teve a imissão de posse concedida pela Justiça Federal em agosto, mas ainda não oficializada ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para fazer a divisão da área. A fazenda tem 1.780 hectares e cerca de 450 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) também ocupam parte da propriedade. "É inédito o que está acontecendo aqui, pois é a primeira experiência de reforma agrária, sem financiamento do Incra e de ninguém", afirmou Maranhão. Segundo ele, devido à experiência adotada em Ribeirão Preto, que não precisou de dinheiro público ou do repasse do Incra, apenas usando os recursos da primeira produção (mandioca, milho, arroz, feijão e hortaliças), a marca de qualidade Puro da Terra será adotada em todo o País. "É o selo nacional nosso", garantiu Maranhão. "A região de Ribeirão Preto é extremamente respeitada como centro do agronegócio e agora entramos aqui." A empresa Quanto à EAC, tudo vai depender de cada região ter a sua ou ter um colegiado de várias delas, sob gestão participativa. Existem EACs em fases de constituições em vários estados com assentamentos, mas que dependem de repasse de dinheiro do governo para serem concluídas. Segundo o diretor estadual do MLST, Marcos Praxedes, a EAC terá um modelo de gestão diferenciada, nos moldes de uma cooperativa. A marca Puro da Terra começará com produtos da região e se estenderá pelo País. Em dezembro, uma colheita de feijão, estimada entre 60 e 100 toneladas, da Da Barra, será embalada com o selo e vendida. "A produção é toda orgânica, sem agrotóxico", diz Praxedes, lembrando que a fazenda está sobre o Aqüífero Guarani, o maior reservatório subterrâneo de água doce do mundo, que tem o seu ponto de recarga em Ribeirão Preto. Os produtos serão comercializados inicialmente na região e depois pela internet (o site do MLST deverá ser lançado em dezembro).

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.