Miro Teixeira e PDT fazem ?pacto de silêncio?

Por Agencia Estado
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A direção nacional do PDT já não considera o ministro das Comunicações, Miro Teixeira, um representante do partido, mas uma escolha pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Miro também sabe que não tem nenhuma sustentação no PDT e que sua única garantia é a simpatia de Lula. Por isso, o ministro e o PDT, sob o comando do ex-governador Leonel Brizola, fizeram um pacto de silêncio. Miro não dá declarações públicas a respeito das reformas e o PDT não move nenhum processo pela sua expulsão. Oficialmente, o PDT pertence à base de sustentação do presidente Lula. Mas o presidente e o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, sabem que não podem contar cegamente com os 16 votos do partido na Câmara nem com os 5 no Senado. Nas questões polêmicas, é bem mais provável que os pedetistas se posicionem contrários ao governo do que a favor. Na reforma da Previdência, por exemplo, o PDT já fechou questão contra a cobrança da contribuição previdenciária dos servidores públicos inativos. "A cobrança dos inativos envolve o direito adquirido, que é a irredutibilidade de salários", afirma o líder do partido, Neiva Moreira (MA). "Somos unanimemente contrários. Quanto aos outros pontos da reforma, vamos estudar um a um", disse. Mas o presidente nacional da legenda, Leonel Brizola, não pensa como Neiva. Se depender de Brizola, que amanhã vai a Brasília para falar sobre a reforma da Previdência e, se tiver tempo, conversar com os radicais petistas, não haverá nenhum apoio às reformas. Por não ser considerado um ministro do PDT no governo de Lula, Miro Teixeira não tem condição de influir nas votações. Ele é a favor da reforma tributária e da reforma da Previdência, no geral, mas é contrário à taxação dos inativos. Fez esse comunicado à direção do PDT, há cerca de duas semanas, quando o partido decidiu fechar questão contra esse ponto da reforma. Tudo no maior silêncio, como determina o acordo do ministro com a direção do PT.

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