Ministros se engajam nas campanhas

Eles têm aval de Lula, mas há o temor de possíveis seqüelas políticas

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Por Luciana Nunes Leal e BRASÍLIA
Atualização:

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, vai tirar dez dias de férias em agosto para se dedicar à campanha da mulher, Gleisi Hoffman, candidata do PT à Prefeitura de Curitiba. Em setembro, tira os 20 dias restantes para ajudar na coordenação da reta final da disputa. Com o sinal verde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que na última segunda-feira autorizou os auxiliares a fazerem campanha, desde que fora do horário do expediente, os ministros começam a preparar as estratégias e as agendas para percorrer seus Estados em busca de votos para os correligionários. Lula fez apenas uma recomendação: falem bem de seus candidatos, mas evitem ataques aos adversários locais que, em nível nacional, são aliados do governo. O titular da pasta das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, do PTB, é um dos mais preocupados com possíveis seqüelas políticas por causa da atuação dos colegas em campanhas municipais. "Gostaria que os ministros fizessem campanha apenas em seus Estados, mas estou ficando cada vez mais isolado nessa posição." Até o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), José Antonio Dias Toffoli, que elaborou uma cartilha de conduta dos agentes públicos na campanha, vai virar cabo eleitoral neste ano. Em Marília, sua cidade natal, dois irmãos estão na disputa: José Ticiano é candidato a vice-prefeito e José Luiz, a vereador. O baiano Geddel Vieira Lima, ministro da Integração Nacional, foi um importante articulador da candidatura à reeleição do prefeito de Salvador, João Henrique, do PMDB, e agora trabalha pelo engajamento de outros colegas na campanha. Como único ministro do PDT, o titular do Trabalho, Carlos Lupi, estará no Rio, onde pedirá votos para o deputado estadual pedetista Paulo Ramos, e também em cidades de São Paulo e Paraná. O ministro da Justiça, Tarso Genro, vive situação atípica. Sua filha, a deputada Luciana Genro, disputa a Prefeitura de Porto Alegre pelo oposicionista PSOL. O ministro, no entanto, estará no palanque da candidata do PT, a deputada Maria do Rosário. Ainda em Porto Alegre, outra deputada, Manuela D?Ávila, é candidata à prefeitura, pelo PC do B. Em seu palanque estará o companheiro de partido e ministro do Esporte, Orlando Silva. APOIO A ex-ministra Marta Suplicy, que concorre à Prefeitura de São Paulo, já teve a colaboração de ministros como Dilma Rousseff (Casa Civil), Fernando Haddad (Educação) e Tarso em seminários para o programa de governo. Mas espera ainda mais engajamento. Um dos convidados de Marta para ir a São Paulo fazer campanha é Patrus Ananias, do Desenvolvimento Social, responsável pelo programa Bolsa-Família, o de maior impacto do governo Lula. COLABOROU VERA ROSA

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