Na tentativa de nacionalizar a disputa municipal de outubro com o slogan "Um Brasil melhor em cada cidade", ministros do PT gravaram, nos últimos dez dias, mensagens institucionais para a estréia da propaganda eleitoral no rádio e na TV, em 19 de agosto. As filmagens ocorreram num estúdio alugado pelo partido, em Brasília, e os depoimentos foram "globalizados". A estratégia permite que as inserções sejam usadas por vários candidatos do PT ao mesmo tempo. Para tanto, basta o concorrente mudar o fundo do estúdio com o mote de sua campanha. O ministro da Justiça, Tarso Genro, foi um dos poucos que gravaram, ontem à noite, manifestações de apoio personalizadas. Apesar de ser pai da candidata do PSOL à Prefeitura de Porto Alegre, Luciana Genro,Tarso vai subir no palanque da petista Maria do Rosário na capital gaúcha. "Eu e Luciana temos partido", justificou o ministro. "Acho que minha filha até estranharia se eu declarasse apoio a ela", brincou. Luciana foi expulsa do PT em 2003. Tarso ficou à vontade durante as filmagens. Outros não esconderam certo nervosismo, como o ministro da Educação, Fernando Haddad. Diante da câmera, cada um falou um pouco sobre a atuação do governo Lula em sua área. A idéia é colar a imagem dos candidatos petistas ao presidente, pegar carona na popularidade dele e dar um caráter plebiscitário à disputa, com o mote da aprovação ao governo. No fim de todos os depoimentos, a mesma mensagem: "Peço o seu voto para o PT. Vote 13, vote PT". O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), disse que estratégias assim ajudam a baratear a campanha. Escaldado com o escândalo do mensalão, em 2005, Berzoini afirmou que a cúpula do partido não vai arcar com despesas efetuadas pelas seções municipais. "Não assumimos nenhum compromisso pelo financiamento das campanhas, até porque não temos dinheiro sobrando."