Ministros do STJ falam em 'roubalheira'

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Por Beatriz Bulla e BRASÍLIA
Atualização:

Ao analisarem um dos habeas corpus de investigados na Operação Lava Jato, ministros da 5.ª Turma do Superior Tribunal de Justiça criticaram ontem a "roubalheira" na Petrobrás e as elevadas quantias envolvidas no suposto esquema de propina e corrupção envolvendo a estatal."Acho que nenhum outro país viveu tamanha roubalheira. Pelo valor das devoluções, algo gravíssimo aconteceu", disse o ministro Felix Fischer. No julgamento, os ministros negaram pedido de liberdade a João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado, suspeito de gerenciar contas do doleiro Alberto Youssef no exterior.O relator do caso no STJ, ministro Newton Trisotto, disse que as investigações apontam que Procópio desempenhava papel relevante no esquema de lavagem de dinheiro de origem ilícita e destacou que estão presentes os fundamentos para manter a prisão preventiva. O habeas corpus não foi conhecido, por decisão unânime na corte, por não haver ilegalidade evidente.Trisotto já rejeitou a análise de outros habeas corpus de investigados na Lava Jato. Na sessão de ontem, ele afirmou que "poucos momentos" na história brasileira exigiram "tanta coragem do juiz" como o que o País vive nos últimos anos. "Coragem para punir os políticos e os economicamente fortes, coragem para absolvê-los quando não houver nos autos elementos para sustentar um decreto condenatório", disse.Fischer criticou o esquema e falou sobre as quantias envolvidas: "O que é isso? Em que país vivemos? Os bandidos perderam a noção das coisas. Como podem se apropriar desse montante?".

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