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Ministros do STF dizem que Arruda não se livrou da cassação

Por Agencia Estado
Atualização:

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliaram nesta segunda-feira que o senador José Roberto Arruda (PSDB-DF) não está livre de um processo de cassação pelo fato de admitir que teve acesso à lista dos votos secretos que levaram à perda do mandato do ex-senador Luiz Estevão. ?Se alguém comete um homicídio e confessa espontaneamente deixa de ser punido??, comparou um dos integrantes do Supremo. ?Considero louvável a confissão do senador e da ex-diretora do Prodasen (Regina Borges), mas isso não apaga o que eles fizeram?, afirmou o ministro. Um dos integrantes do STF disse que Arruda mentiu na semana passada quando disse que não tinha relação com o vazamento dos votos secretos da cassação do ex-senador Luiz Estevão. ?Luiz Estevão foi cassado sob a alegação de que mentiu?, lembrou. O ministro disse que se os senadores quiserem tirar o mandato de Arruda ?eles cassam?. ?A definição é política?, avaliou, lembrando do precedente da cassação de Luiz Estevão. Um ministro do STF afirmou que a confissão é ?um meio de purificação da alma?, mas não evita a abertura de um processo de cassação. ?A confissão pode provocar a catarse, mas até facilita a apuração?, afirmou o integrante do Supremo. O ministro comparou Arruda ao estudante Raskólnikov, personagem do livro ?Crime e Castigo?, escrito em 1866 pelo russo Dostoievski. O livro narra a expiação do personagem central, que mata uma usurária e tenta encontrar álibis. Mas, ao final, confessa o crime e é preso. ?O Arruda é o novo Raskólnikov?, afirmou o integrante do Supremo. Com base nessa avaliação, o ministro opinou que deveria ser instaurado um processo de cassação contra o senador.

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