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Ministros defendem posições opostas sobre conflitos no campo

O ministro do Desenvolvimento Agrário chamou fazendeiros de ?aventureiros irresponsáveis, que buscam ampliar o padrão de violência no campo?. O ministro da Agricultura afirmou que ?quem tem patrimônio tem que defender seu patrimônio de todas as formas?.

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Por Agencia Estado
Atualização:

include "$DOCUMENT_ROOT/ext/politica/terras.inc"; ?>No mesmo dia e no mesmo local, dois ministros do governo Lula deram declarações opostas sobre a questão agrária. Na solenidade do Dia do Cooperativismo, da qual participou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, disse que governo não vai tolerar ações como a registrada na madrugada de hoje no Paraná, quando milícias contratadas por fazendeiros dispuraram contra sem-terras e deixaram uma pessoa ferida. "Não terão paz esses aventureiros irresponsáveis, que buscam ampliar o padrão de violência no campo, num marco de absoluta irresponsabilidade", afirmou. Na avaliação do ministro, existem casos localizados de conflitos entre sem-terras e fazendeiros no País. "Não vamos permitir a ampliação de um ambiente de violência nessas regiões, que são muito localizadas e muito conhecidas por nós", disse Rosseto. Já o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, lamentou o ocorrido no Paraná, mas defendeu o direito dos fazendeiros de protegerem suas propriedades. Numa tumultuada entrevista no Palácio do Planalto, pouco antes da solenidade do Dia do Cooperativismo, ele afirmou: ?Quem tem patrimônio tem que defender seu patrimônio de todas as formas?. Um repórter perguntou: "Mas defender desta maneira?" O ministro respondeu: "Qual a outra maneira que você acha?" O repórter insistitu: "Mas o senhor defende o conflito armado? E o ministro explicou: "Imagina se eu defendo o conflito armado! Não ponham na minha boca uma coisa que eu não disse". Um pouco mais tarde, o ministro Roberto Rodrigues procurou se explicar mais detalhadamente: "O conceito é o seguinte - o próprio presidente da República já repetiu em algumas ocasiões - que quem não defende o que tem não é digno de ter. O que eu estou dizendo é que os produtores rurais têm todo o direito legítimo de defender a sua propriedade. Agora, esta defesa tem que ser feita dentro do império da lei e todas ações que forem feitas à margem da lei terão que ser coibidas pelo governo. Essa é a posição do presidente da República..."

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