Ministro rebate Renan e diz que governo não teme as panelas

Presidente do Congresso afirmou que Dilma não se pronunciar no 1º de maio 'é uma coisa ridícula'

PUBLICIDADE

Por Rafael Moraes Moura e Bernardo Caram
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, rebateu nesta quinta-feira, 30, as declarações do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que disse que a presidente Dilma Rousseff não vai fazer o pronunciamento na TV no Dia do Trabalho porque "não tem o que dizer". 

PUBLICIDADE

"O governo tem que sair da paralisia, da falta de iniciativa. Essa coisa de a presidente não poder falar no dia 1º de Maio porque não tem o que dizer é uma coisa ridícula. Ridícula. Isso enfraquece muito o governo", criticou Renan.

Esta será a primeira vez que a presidente Dilma Rousseff não vai fazer um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão por conta do Dia do Trabalho. Para evitar novos "panelaços", o Planalto optou por postar vídeos da presidente nas redes sociais.

Questionado sobre as declarações de Renan, o ministro Miguel Rossetto disse que o governo "não teme" eventuais manifestações contra a presidente - no último pronunciamento de Dilma, veiculado às vésperas do Dia Internacional da Mulher, a presidente foi recebida com "panelaços".

"O governo não teme (novos "panelaços"), o governo fala, se manifesta, se pronuncia, tem iniciativas positivas e seguramente, com maior impacto, esse extraordinário compromisso de renovação da valorização do salário mínimo. O governo respeita a democracia, respeita manifestações", disse Rossetto. "O governo, ao mesmo tempo que respeita as manifestações democráticas do nosso País, preserva e estimula o processo permanente de diálogo."

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, a postagem de vídeos não atende a todos os trabalhadores.

"Não são todos (os trabalhadores) que têm acesso a redes sociais. O que nos importa mesmo é o que a presidente vai falar, se ela vai se colocar não permitindo que haja retirada de direito dos trabalhadores, que não pode terceirizar atividade-fim e que no governo dela não tem retirada de direitos, aí vai contemplar a CUT. Aí não interessa a forma, e sim o conteúdo", comentou Freitas. 

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.