Ministro pede a Lula reajuste de 6% para Bolsa Família

Por Tania Monteiro
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A quatro meses das eleições municipais, o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, iniciou hoje conversas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para obter um reajuste para o programa Bolsa Família da ordem de 6%. "Achamos que o aumento deve ser em torno de 6%, baseado no INPC de alimentos", disse. Criado em outubro de 2004, o Bolsa Família é o principal programa social do governo, que concede benefícios entre R$ 18,00 e R$ 172,00 de acordo com a renda mensal por pessoa da família e o número de crianças e adolescentes até 17 anos. Porém, ao chegar ao Palácio do Planalto para a cerimônia de assinatura de contratos de serviços para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o ministro não informou quando o reajuste deverá entrar em vigor. "Quem define isso é o presidente", afirmou Patrus. Além de Lula, o reajuste será analisado pela equipe econômica, que avaliará o impacto no orçamento. A expectativa é de que o reajuste seja anunciado até o início de julho para que a decisão não enfrente questionamentos na Justiça por causa da proximidade das eleições municipais, que restringe ações do governo a três meses do pleito. Hoje, 11,1 milhões de famílias recebem benefícios do programa. O reajuste anterior havia sido concedido em julho do ano passado e começou a ser pago no mês seguinte, quando o benefício foi elevado em 18,25%. Dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) indicam que inflação da camada mais pobre da população está acima da variação de preços das demais classes de renda. A FGV prevê que a tendência deve continuar em razão da pressão dos alimentos. O Índice de Preços ao Consumidor da baixa renda (IPC-C1) subiu de janeiro a maio 4,62% e em 12 meses, 8,24%.

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