Ministro nega 'ruptura' em modelo econômico defendido na campanha

Em entrevista a blogueiros, Miguel Rossetto diz que discurso e prioridades da presidente continuam os mesmos e que ajustes são necessários para manter programas do governo

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Por Ricardo Della Coletta
Atualização:

São Paulo - O ministro Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência, afirmou nesta quinta-feira, 29, que não houve "ruptura" do modelo econômico defendido pela presidente Dilma Rousseff na campanha presidencial do ano passado e o colocado em prática no início do seu segundo mandato.

"Não há ruptura e não há mudança", reagiu Rossetto, ao ser perguntado por blogueiros, em café da manhã no Palácio do Planalto, sobre o discurso usado por Dilma quando disputou a reeleição e criticou seu adversário, o senador Aécio Neves (PSDB), por representar um ideário liberal.

O ministro do Trabalhoe Previdência Social, Miguel Rossetto (PT-RS) Foto: Ed Ferreira/Estadão - 06.01.2015

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Segundo Rossetto, a prioridade do governo continua sendo o crescimento econômico com geração de emprego e distribuição de renda. O ajuste fiscal implementado pela equipe do ministro da Fazenda Joaquim Levy, conhecido por sua ortodoxia, visa manter uma rota iniciada na primeira eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo o ministro. Desde 2003, disse ele, o governo aumentou e abaixou juros e em diferentes ocasiões ampliou e diminui gastos.

Rossetto também disse que não há nenhuma alteração "política, ideológica ou estratégica" com a contenção de gastos deste ano. "Não é nenhum debate político ou estratégico. É claro que não. Nosso governo tem um limite fiscal", afirmou. "A capacidade de geração de renda equilibrando com as necessidade de estímulos econômicos", afirmou.

O ministro defendeu a política de desonerações que marcaram o primeiro governo Dilma. Ao mesmo tempo, também justificou a diminuição dos subsídios do BNDES. "Todas as políticas de juros preservam subsídios importantes. Os mesmos subsídios, não", afirmou. "Na mesma dimensão, não. Porque temos limites fiscais."

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