Ministro do STF se diz perplexo com agressividade de Lula

Marco Aurélio Mello ressalta que críticas do presidente ao Judiciário não alteram sua postura

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Por Redação
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello,respondeu nesta sexta-feira, 29, às críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Poder Judiciário. Em entrevista à rádio CBN, Mello disse estar perplexo com a agressividade das declarações, mas ressaltou que a opinião não altera sua postura nem a do Judiciário. "A minha couraça é muito boa", ironizou. "Na nossa área jurídica há um fenômeno que é denominado o direito de espernear. Aqueles que se mostrem inconformados por isso ou por aquilo eles têm o direito de reclamar. Eu só estranhei a acidez do presidente", afirmou. Veja também: Tarso defende declarações de Lula sobre ministros do STF Crítica de ministro do STF é 'inadmissível', diz Rands Lula se irrita e critica ministros do STF  "Enquanto eu tiver a toga sobre os ombros, eu cumprirei meu dever de juiz e cumprirei com espontaneidade", afirmou. "Não vejo qualquer extravasamento por parte do Judiciário e fiquei perplexo com o que foi veiculado e com a agressividade de Lula." Na quinta-feira à noite, em discurso em Aracaju, Lula fez duras críticas à oposição e ao Judiciário, sobre o qual afirmou que seria bom se "metesse o nariz apenas nas coisas dele". "Nós iríamos criar a harmonia estabelecida na Constituição para que a democracia brasileira realmente seja estabelecida", disse. Mello criticou recentemente o aumento do Bolsa-Família, em um ano de eleições municipais. Mas o presidente não citou nomes. "Não tem um palpite meu no Legislativo e o governo não se mete no Judiciário", continuou. "Se cada um ficar no seu galho o Brasil tem chance de ir em frente. Mas se cada um der palpite na vida do outro, a gente pode conturbar a tranqüilidade da sociedade brasileira", continuou. Nesta semana, Marco Aurélio reservou-se a dizer que o programa Territórios da Cidadania, lançado pelo governo para beneficiar 958 municípios com R$ 11,3 bilhões de investimentos, poderia ser questionado no TSE pela oposição em resposta a perguntas de jornalistas. (Com Felipe Recondo, de O Estado de S.Paulo) Texto atualizado às 15h45

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