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Ministro diz que privatização de universidade é um equívoco

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Educação, Cristovam Buarque, afirmou hoje que, mesmo que o investimento no ensino superior beneficie diretamente mais a população de renda alta, isso não pode servir como argumento para defender a privatização das universidades. "É um equívoco. O que tem que mudar não é a forma de financiar a universidade, que tem de ser pública. O que a gente tem que mudar é a forma de ser da universidade para que ela tenha mais compromisso com a população", defendeu. O comentário de Cristovam, feito após a abertura do Seminário Internacional Universidade XXI, foi uma referência aos dados do estudo da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, que revela que apenas 4% dos recursos federais destinados, em 2002, à saúde, educação e outras ações sociais beneficiaram a fatia dos 10% mais pobres. Segundo o relatório, 40% das verbas serviram aos 10% mais ricos da população. O ministro, segundo a Agência Brasil afirmou que mais importante do que quem está estudando na universidade pública é a contribuição social que esse estudante poderá oferecer com a sua formação acadêmica. "Na hora que você fizer médicos e dentistas na quantidade e do tipo que o povo precisa, não importa se o aluno é filho de rico ou filho de pobre. O que importa é que ele vai trabalhar para os pobres, isso vale para todas as áreas, da ciência econômica às engenharias", disse. Promovido pelo Banco Mundial (Bird) e pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), o seminário conta com a participação de 1,2 mil pessoas de 20 países para discutir e encontrar novos rumos para a universidade. Ao final do evento, os participantes vão elaborar uma carta que será entregue ao diretor-geral da Unesco. Um dos pontos que serão discutidos é a proposta de incluir o ensino superior na Organização Mundial do Comércio (OMC). Cristovam chamou esta idéia de "mercantilização da educação". Para a presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Wrana Panizzi, o reconhecimento dos serviços educacionais como "serviço comercial é a melhor expressão da extraordinária importância econômica alcançada pela pesquisa e pela formação superior na sociedade do conhecimento".

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