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Ministro diz que estradas estão "péssimas"

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, afirmou nesta quarta-feira que o risco iminente de um "apagão das estradas" ainda pode ser afastado caso o governo volte a investir no setor de transportes. Preocupado com a deterioração da malha rodoviária brasileira, Padilha usou a expressão apagão em uma referência à situação de colapso do setor elétrico que poderá repetir-se nas rodovias do País. Segundo números apresentados pelo ministro, atualmente 30% das estradas estão em condições ruins ou péssimas, e o ideal é que esse porcentual seja entre 5% e 10%. Para isso, disse, é preciso que haja investimentos por três anos consecutivos de R$ 1 bilhão a cada ano para a recuperação da malha. "O setor de transportes precisa de investimentos de, no mínimo, R$ 4 bilhões por ano para que as estradas não cheguem à situação de calamidade", disse. O ministro participou nesta quarta-feira de audiência pública na Comissão Especial da Câmara dos Deputados que analisa a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que cria o imposto sobre os combustíveis, a chamada Contribuição de Intervenção sobre o Domínio Econômico. A PEC precisa ser aprovada até o final deste ano para que o tributo entre em vigor no início de 2002, ano em que haverá a liberalização do setor de combustíveis no País. Padilha defendeu que os recursos para o setor, que inclui a malha rodoviária, ferroviária, hidroviária e portuária, venham do Fundo Nacional dos Transportes, cuja criação está prevista na PEC. Não está decidido, porém, quanto da arrecadação proveniente da cobrança da contribuição sobre os combustíveis poderá ser destinada a esse fundo. "Com os recursos vindo do fundo, que até 1987 existia no Brasil, o setor não ficaria à sorte orçamentária", afirmou o ministro, lembrando que todas as vezes em que é preciso fazer um ajuste fiscal, o primeiro ministério a ter os recursos contingenciados é o do Transportes. O presidente da Comissão, Eliseu Resende (PFL-MG), lembrou que uma estrada em melhores condições pode representar 58% de economia em combustível.

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