Ministro da Saúde lança campanha contra dengue em SP

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Por Agencia Estado
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Há pelo menos 30 vasos de plantas, sobre os respectivos pratinhos, na casa de Geralda Dias, de 44 anos, moradora do bairro do Limão, na zona norte de São Paulo. Na manhã desta quinta-feira, o ministro da Saúde, Humberto Costa, a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, e o secretário municipal da Saúde, Paulo Carrara, flagraram Geralda: no meio de tantos vasos, um estava com o prato cheio de água. "Não tive tempo de tirar a água, mas sempre faço isso depois de molhar as plantas", afirmou Geralda. O ministro esteve na capital paulista para participar do lançamento da campanha São Paulo Combate a Dengue - 2003. Depois da cerimônia oficial, Costa acompanhou a prefeita e o secretário em visita a duas casas no bairro do Limão, área da cidade mais atingida pela doença no ano passado. Dos 429 casos de dengue contraídos na capital em 2002, 54 ocorreram no Limão. A prefeita elogiou a participação dos paulistanos no combate à dengue no ano passado, principalmente a dos moradores da zona norte da cidade. "Precisamos dessa vontade na cidade inteira", disse Marta. Além de folhetos, cartilhas e gibis, a campanha conta com veiculação de um desenho animado na televisão. A Prefeitura fez uma parceria com a Rede Globo para incluir inserções educativas sobre dengue no horário nobre da emissora. Na análise do ministro, a situação atual da dengue no País é de "relativa calma". Ele explicou que na mesma época no ano passado já havia epidemia da doença em vários locais. Este ano, ainda não há epidemia, mas surtos localizados. "Estamos mais preparados do que no ano passado", disse Costa, elogiando as ações do governo anterior. "Mas a doença é imprevisível." Por isso, as autoridades de saúde insistem na necessidade de controle contínuo dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. "O estado de alerta tem de continuar. É preciso reforçar a guarda", disse Costa, que teve dengue no ano passado e ficou dez dias afastado de seu trabalho por causa da doença. A operadora de telemarketing Ana Maria Martins, de 35 anos, foi a segunda moradora do Limão a receber a prefeita, o ministro e o secretário. "Aqui em casa está tudo certo: não guardo recipiente, pneu, nada disso, nem tenho planta aquática." Os poucos vasos da casa não têm prato embaixo. "Só o xaxim pendurado tem, mas ele encaixa no prato e impede que o mosquito encontre a água", justificou Ana Maria. É nas casas que o mosquito encontra mais oportunidades para colocar seus ovos. Já se sabe que 90% dos criadouros estão nas residências. Além dos pratos de vasos de plantas, baldes, bacias, pneus e garrafas são exemplos de recipientes que, quando guardados no quintal, armazenam água e acabam funcionando como criadouro do Aedes. No ano passado, o Brasil registrou a maior epidemia de dengue da história do País - foram 776.158 mil casos confirmados da doença, sendo 2.584 hemorrágicos. A epidemia de 2002 provocou 145 mortes. No Estado de São Paulo, houve 42.153 casos confirmados, com 31 do tipo hemorrágico e cinco mortes.

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