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Ministro da Saúde comete gafe e se desculpa

Por Agencia Estado
Atualização:

Ao tentar explicar as mortes de pacientes à espera de UTI no Ceará, o ministro da Saúde, Humberto Costa, usou como argumento o fato de que muitos eram idosos. Durante audiência pública na comissão de Assuntos Sociais do Senado, nesta quinta-feira, o ministro afirmou que parte das mortes ocorreria com ou sem leitos de UTI. ?Vários desses casos são gravíssimos. Pessoas de 85, 90 anos, acometidas de um mal grave, que, com ou sem UTI, não teria um desfecho diferenciado.? Horas mais tarde, o ministério divulgou uma nota para reparar a gafe. ?Expressei-me mal?, afirmou Costa ao Estado, no fim da tarde desta quinta. Dizendo ter pais idosos, o ministro garantiu que não teve a intenção de fazer uma relação entre as mortes e a elevada idade dos pacientes: ?Queria apenas dizer que eles estavam em estado grave e que, em muitos dos casos, qualquer que fosse a assistência, os pacientes iriam morrer.? O ministro negou temer uma reação de organizações de organizações de terceira idade. Como justificativa, citou o fato de o SUS não fazer discriminação de idade no atendimento aos pacientes e ao programa de terceira idade conduzido pelo ministério. Nesta quinta-feira, segundo o ministro, 12 pessoas que estavam na fila conseguiram vagas. Depois de a crise se tornar pública, o ministério anunciou a abertura de 22 leitos de UTI e 24 leitos de cuidados intermediários. Há também a previsão da abertura de outras 50 vagas em um período de 30 a 120 dias. As 90 novas vagas ? praticamente um hospital ? em curto período de tempo, contradiz em parte os argumentos usados pelo próprio ministério há duas semanas, quando as primeiras mortes foram anunciadas. O argumento mais usado era que o Ceará era o oitavo Estado do País em número de vagas de terapia intensiva. E que a maior responsabilidade pela crise era da falta de uma boa estrutura de organização.

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