Ministro da Justiça rebate acusações do PT sobre motivação política da operação da PF

O secretário municipal de Comunicação do PT, João Bravin, acusou Moraes de servir a interesses do governo Temer ao autorizar a ação de hoje da Polícia Federal

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Por Carla Araujo e Tania Monteiro
Atualização:
Alexandre de Moraes é o atual ministro da Justiça do Brasil Foto: MARCIO RIBEIRO

Brasília - O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou nesta quinta-feira, 23, que sua visita ao juiz Sérgio Moro na terça não tem relação com a operação de hoje da PF que levou à prisão do ex-ministro Paulo Bernardo com autorização da Justiça Federal em São Paulo. "Na qualidade de ministro da Justiça fiz uma visita institucional ao juiz Sérgio Moro e de apoio e oferecimento de toda a infraestrutura necessária para a Operação (Lava Jato) fazer esse belíssimo trabalho", afirmou.

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"Ao invés de fazer fofoca, eu estava desde as 8 horas trabalhando. É um desrespeito quem fala isso, se são petistas ou não, é um desrespeito ao trabalho da Justiça, do Ministério Público e da Polícia Federal", disse, após reunião do núcleo institucional com o presidente em exercício, Michel Temer. A Operação Custo Brasil foi autorizada pela 6ª Vara Federal Criminal em São Paulo e não tem relação com o juiz da Lava Jato, da 13ª Vara Federal de Curitiba.

O secretário municipal de Comunicação do PT, João Bravin, acusou Moraes de servir a interesses do governo Temer ao autorizar a ação de hoje da Polícia Federal. "Associem, ontem uma conversa do (Sergio) Moro (juiz da Lava Jato) com Alexandre de Moraes, o Cunha novamente como réu e na sequência uma ação dessa. Vejo como (tentativa) de desviar o foco, uma tentativa esdrúxula de garantir um governo golpista que não tem como se sustentar. A cada semana temos um ministro desse governo golpista saindo. É um absurdo essa perseguição seletiva ao PT", disse o petista a jornalistas, após sua manifestação.

Além dele, o senador petista Lindbergh Farias (RJ) também acusou a operação de hoje de ter viés político. "Pode ter uma motivação política, de tentar constranger a senadora Gleisi, nos constranger, diminuir nosso ímpeto aqui na comissão, mas isso não vai acontecer. Fizeram para atingi-la", afirmou Lindbergh.

Tanto Gleisi quanto Lindbergh fazem parte da tropa de choque de Dilma Rousseff na Comissão do Impeachment. O senador negou qualquer possibilidade de que a senadora deixe a comissão. "É difícil pensar em uma pessoa mais honesta e íntegra que a Gleisi", defendeu.