
03 de agosto de 2015 | 13h13
BRASÍLIA - O ministro da Defesa, Jaques Wagner, afirmou nesta segunda-feira, 3, se preocupar que se mantenha a "institucionalidade" da Câmara dos Deputados, mesmo com o rompimento do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o governo. "Eu acho estranho se a Presidência da Câmara dos Deputados se transformar num bunker organizador da oposição", disse ele, em entrevista coletiva após a reunião da coordenação política comandada pela presidente Dilma Rousseff.
Para Wagner, que destacou o fato de ter sido deputado federal por 12 anos, o importante é que o presidente da Câmara tenha um "papel de magistrado" na volta dos trabalhos legislativos, hoje, mantendo o "equilíbrio da Casa". "A única expectativa que eu tenho, como ex-parlamentar, é que essa institucionalidade seja mantida", disse ele, ao reforçar que Cunha, mesmo rompido com o governo, não permita que haja uma "evasão" da institucionalidade.
Renan. O ministro fez questão de ressaltar a relação que o Palácio do Planalto tem mantido com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Reportagem do Estado ontem apontou que o governo aposta em Renan e no Senado para debelar a crise política, inclusive com a tentativa de esfriar a deflagração de um processo de impeachment.
Segundo Wagner, Renan é um homem que "estava e continua se declarando da base do governo", ao contrário de Cunha. "Então, a relação com ele tem momentos de mais ruído, menos ruído, mas é uma relação que está caminhando normal", disse.
O ministro afirmou não achar positivo estimular um contraponto entre os presidentes das duas Casas Legislativas. "Não acho positivo estimular mais guerra em um ambiente conflituoso. Quem é governo, quer paz", afirmou.
Sem dar detalhes, Wagner e o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, disseram que a maior parte da discussão na reunião de coordenação política girou em torno de propostas que estão na pauta da Câmara e do Senado.
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