Ministro admite revisão de limites de reserva indígena

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Por Agencia Estado
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O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou nesta terça-feira em Brasília que a demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol é passível de revisão. "Há uma demarcação e falta homologação. A demarcação é administrativa, mas, por natureza, pode ser revisada", disse na Comissão da Amazônia, na Câmara. Da audiência participou o governador de Roraima, Flamarion Portela, que se filiou recentemente ao PT. Ele defende a revisão da demarcação por considerar muito extensa a área reservada aos índios. Thomaz Bastos antecipou que vai a Roraima em junho para ver de perto a situação. "Vou com papel em branco, minha idéia é não ter opinião. Vou fazer um levantamento, levando em conta que existe a demarcação." A demarcação de 1,6 milhão de hectares ocorreu no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Denúncia Também em Brasília, o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Eduardo Almeida, denunciou a pressão que vem sofrendo para a troca no comando do órgão. Ele atribuiu a intimidação a "falsas lideranças" que se acostumaram a obter verbas fáceis em nome de etnias sem repassar esses recursos para as comunidades. A mais recente, segundo Almeida, está sendo promovida por índios fulniôs. Os fulniôs de Águas Belas (PE) não reconhecem nenhum grupo que esteja negociando por eles em Brasília. "Tem um representante, Evilásio Caroba, que diz que é cacique fulniô, mas é um impostor", disse Maristela de Albuquerque Santos, filha do cacique João Francisco dos Santos Filho. O "cacique" Caroba, que não foi encontrado nesta terça-feira pela reportagem do Estado, foi candidato a deputado federal pelo PPS nas últimas eleições. Ficou em 140º lugar, com 487 votos. Destes, apenas sete vieram da aldeia indígena dos fulniôs.

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