Ministra quebra sigilo bancário de desembargadora do Pará

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Por Agencia Estado
Atualização:

A desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça do Pará, Ana Tereza Murrieta, terá seu sigilo bancário quebrado por determinação da ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana Calmon. Aposentada em fevereiro passado sob protestos da Ordem dos Advogados do Brasil no Estado, Murrieta é acusada de crimes contra a administração pública durante o período em que atuou como juíza titular da 1ª Vara Cível de Belém. O Banco Central já foi comunicado sobre a decisão da ministra. Pessoas que tiveram processos tramitando pelas mãos de Murrieta acusam-na de desviar valores em contas bancárias abertas em nome do juízo. A própria juíza ia pessoalmente aos bancos e fazia os saques, assinando as retiradas. No total, os valores sacados se aproximam de R$ 1 milhão. Entre os que perderam dinheiro com os saques efetuados pela juíza há pessoas com câncer ou que foram consideradas incapazes. A procuradora federal Delza Curvello Rocha foi quem promoveu a ação penal contra Murrieta. A denúncia foi remetida para o STJ porque a desembargadora possui foro privilegiado. Segundo o presidente da OAB-Pará, Ophir Cavalcante Júnior, a quebra de sigilo bancário foi uma decisão corajosa da ministra Eliana Calmon. "Embora lenta, é uma resposta do Judiciário a uma denúncia séria formulada contra um membro daquele Poder e começa a demonstrar que estamos vivendo um novo tempo, em que moralidade e a ética devem prevalecer", afirmou Ophir Júnior.

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