
10 de fevereiro de 2012 | 13h53
"Quando cheguei ao presídio Tiradentes, a senhora (dirigindo-se à presidente Dilma Rousseff) estava lá e me abraçou com um afeto que durante minha vida inteira ficou marcado. Senhora presidenta, a minha vida não foi só na cadeia. Tenha certeza de que o meu currículo acadêmico como docente e pesquisadora há mais de 30 anos me credencia e me dá suporte e segurança para desempenhar esse novo cargo", disse a nova ministra.
Eleonora foi presa, torturada e conviveu com Dilma na chamada "Torre das Donzelas" do presídio Tiradentes, que recebeu prisioneiras políticas do regime militar. "Quero neste momento com muita emoção, muita tristeza render minhas homenagens às mulheres e aos homens, jovens que tombaram na luta contra a ditadura", afirmou a nova ministra durante a cerimônia, sendo ovacionada pelo público.
Eleonora é socióloga, professora titular de saúde coletiva e pró-reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Seu currículo inclui doutorado em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutorado na Universidade de Milão em saúde e trabalho das mulheres. Ela substitui Iriny Lopes, que volta para a Câmara dos Deputados e deve disputar a Prefeitura de Vitória em outubro.
Com a mudança ministerial, Dilma deseja dar ainda mais visibilidade à questão feminina, que tem sido um dos temas centrais da sua política de governo, tanto em discursos quanto na própria distribuição de cargos.
Em seu discurso de posse, Eleonora destacou a importância de políticas públicas para segmentos de mulheres, como as trabalhadoras domésticas, garis, pescadoras. A ministra também condenou a disseminação de um "padrão sexista" em salas de aula, programas de entretenimento e serviços públicos de saúde, criticando que as mulheres sejam vistas como "meros objetos sexuais, não tenham seus esforços reconhecidos e tenham seus direitos reprodutivos e sexuais desrespeitados".
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