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Ministério Público vai à Justiça contra reitor da UnB

Timothy Mulholland vai responder a ação de improbidade por ter desviado recursos de fundação

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Por Redação
Atualização:

O Ministério Público Federal (MPF-DF) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) entraram com ação de improbidade administrativa nesta terça-feira, 8, contra o reitor da Universidade de Brasília(UnB), Timothy Mullholland. Em meio a ocupação do prédio da reitoria por estudantes, que reivindicam sua saída do cargo pelo uso indevido de recursos da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), o reitor agora vai responder ação proposta pelo Ministério Público.   Veja também:   MEC quer parecer da Finatec sobre recursos para UnB Reitor da UnB diz que não pretende deixar universidade Reitor da UnB aceita parte das reivindicações Justiça manda estudantes desocuparem Reitoria da UnB   Mulholland e o decano de administração da UnB, Erico Paulo Weidle, são acusados de usar recursos destinados ao financiamento de projetos de pesquisa e desenvolvimento institucional da UnB para decorar o apartamento usado pelo reitor. De acordo com a ação, cerca de R$ 470 mil foram gastos para mobiliar e decorar o imóvel. Outros R$ 72 mil foram usados para comprar um automóvel de uso exclusivo do reitor. Todos os gastos foram custeados pela Finatec, fundação de apoio ligada à Fundação Universidade de Brasília (FUB).   Para o Ministério Público, os gastos são considerados ilegais e imorais. O MP afirma que houve desvio de finalidade nos recursos do fundo e que tal desvio beneficiaria o reitor. São justamente estas acusações que levaram estudantes a invadir a reitoria. Nesta terça-feira, Mulholland disse que se sente à vontade no cargo, apesar das acusações. E que não vai admitir ser acusado sem julgamento. Dizendo-se perseguido por grupos contrários a políticas sociais da UnB, o reitor procurou o ministro da Educação, Fernando Haddad. E mais uma vez afirmou que não sairá do cargo.   Os procuradores da República Raquel Branquinho e Rômulo Moreira e o promotor de Justiça Ricardo Souza, autores da ação, afirmam que os gastos com o apartamento do reitor trouxeram prejuízos à universidade e à sociedade em geral. Durante todo o ano de 2006, menos de 10% do gasto efetuado com a mobília no imóvel do reitor foi usado na melhoria de infra-estrutura de instalações físicas da UnB.   A ação pede a condenação do reitor e do decano de administração ao ressarcimento integral do dano causado, à perda da função pública, à suspensão dos direitos políticos por até cinco anos, ao pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração recebida pelos agentes e à proibição de contratar com o poder público por três anos, além do pagamento de indenização por danos morais. O Ministério Público também aguarda informação da UnB para verificação da destinação atual desses bens.    

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