Ministério Público do Rio quer ouvir ex-mulher de Bolsonaro

Investigação apura suposto esquema de rachadinha e uso de funcionários fantasmas na Câmara Municipal do Rio; Ana Cristina Valle foi chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro

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Por Paula Reverbel e Marcio Dolzan
Atualização:

RIO - O Ministério Público do Rio (MP-RJ) quer ouvir o depoimento de uma das ex-mulheres de Jair Bolsonaro em investigação que apura suposto esquema de rachadinha e de uso de funcionários fantasmas na Câmara Municipal do Rio. Ana Cristina Valle foi chefe de gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (PSC), o filho “zero dois” do presidente, entre 2001 e 2008. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo e confirmada pelo Estado.

O MP-RJ também investiga esquema semelhante na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) envolvendo o então deputado e atual senador Flavio Bolsonaro (sem partido). A promotoria elaborou um relatório de 111 páginas que explica, detalhadamente, os pontos de investigação contra o ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz e Flavio.

Foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Flávio, a seu ex-assessor parlamentarFabrício Queiroze a familiares deAna Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidenteJair Bolsonaro Foto: Wilton Junior / Estadão

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No relatório, o Ministério Público aponta que Ana Cristina Valle teve parentes nomeados para cargos de gabinete da família Bolsonaro quando ela viveu em união estável com o atual presidente, entre 1998 e 2008. O MP-RJ quer esclarecer como era desempenhado o trabalho deles na Assembleia, apesar de viverem em Resende, na região sul fluminense, a mais de 270 km da capital.

Ao Estado, o advogado Magnum Roberto Cardoso, que representa Ana Cristina Valle, confirmou que ela foi chamada para depor no final de 2019, mas o depoimento ainda não ocorreu. Segundo ele, ainda não há data marcada, já que o Poder Judiciário está em recesso. "Ela foi convocada a depor no ano passado, porém o depoimento não aconteceu", explicou.

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