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Ministério do Trabalho apura irregularidade no setor de informática

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Por Agencia Estado
Atualização:

Funcionários terceirizados ou em cargos de confiança do Ministério do Trabalho, que atuavam no setor de informática, tentaram tirar vantagem indevida na função que exerciam. Eles tentaram vender para a empresa de tecnologia Cobra, contratada para montar o sistema de informática do Programa Primeiro Emprego, facilidades para o desenvolvimento do produto pelo qual ela tinha sido contratada. Sobrou, inclusive, para o ex-secretário executivo do ministério, Alencar Ferreira, cujo nome consta do relatório de sindicância que ele mesmo tinha mandado instaurar no ano passado. Alencar, um funcionário de carreira do Banco do Brasil levado ao executivo pelo ex-titular da pasta, o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), presidente nacional do PT, deixou o cargo esta semana e já foi substituído por Marco Antônio Oliveira, que ocupava a chefia de gabinete do ministro Luiz Marinho. Foi o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que decidiu pela divulgação da investigação, até então sob sigilo, que vinha se desenvolvendo desde agosto de 2005, quando o ministério recebeu uma denúncia anônima. Marinho contou que tomou essa decisão a contra gosto, depois que foi procurado pela imprensa para se pronunciar sobre a questão. "O ministério está apurando supostas irregularidades e o caso está sob sigilo até mesmo para proteger a imagem das pessoas, que podem ser inocentes", argumentou. Embora tenha admitido que Alencar Ferreira possa ter ficado constrangidoMiniste´rio, Marinho disse que a saída do chefe de gabinete não tem ligação direta com a investigação. "Ele colocou o cargo à disposição assim que assumi, tomou todas as providências administrativas em relação ao assunto e só ficou até hoje porque eu pedi", fez questão de dizer o ministro. Marinho contou que a sindicância foi instaurada em setembro passado e que concluiu os seus trabalhos. Só que a corregedoria do ministério considerou o resultado da investigação frágil porque muitas pessoas, inclusive o secretário-executivo a quem está subordinado o setor de informática, não tinham sido ouvidas. "Resolvi determinar a continuidade da sindicância, o ministro Waldir Pires já foi informado e também a Procuradoria Geral da República", adiantou. A investigação ainda em curso já deu alguns resultados. Oito funcionários terceirizados da empresa Politec, prestadora de serviço do Ministério do Trabalho, já foram afastados. Por enquanto, de acordo com os técnicos, tudo não passa de uma tentativa de obtenção de vantagens indevidas. Não se tem notícia de que a empresa Cobra ou seus fornecedores tenham pago alguma coisa por fora do contrato para os funcionários sob suspeita.

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