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'Ministério da Saúde fecha se não tiver CPMF', diz Temporão

Ele diz que tributo financia cirurgias do SUS e, com sua extinção, população não poderá ser internada

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Por Redação
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Internações, cirurgias e exames especializados no Sistema Único de Saúde (SUS) podem ser prejudicados caso a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) não seja aprovada. A avaliação é do ministro da Saúde, José Gomes Temporão. "O Ministério da Saúde fecha se não tiver CPMF ano que vem", afirmou Temporão nesta quarta-feira, 17, em entrevista à Radiobrás.   Veja também: Governo pode enviar projeto paralelo de redução CPMF Decisão do TSE dificulta votação de CPMF no Senado Líderes marcam blitz ministerial pró-CPMF no Senado Lula cobra lealdade da base no Senado para prorrogar CPMF Governo oferece contrapartida à CPMF, diz líder do DEM Dê sua opinião sobre a CPMF  Entenda a cobrança da CPMF    "Todos os 11 milhões de internações que vão acontecer este ano não poderão acontecer ano que vem. Então, a população não vai poder ser internada. Todas as cirurgias realizadas pelo Sistema Único de Saúde são financiadas pela CPMF. Então não vamos poder operar ninguém. Todos os exames especializados que o Sistema Único de Saúde faz são financiados pela CPMF", argumentou o ministro.   Segundo Temporão, o orçamento estimado para o Ministério da Saúde em 2008 é de R$ 48 bilhões.   Sem acordo   Nesta quarta, o presidente da República em exercício, José Alencar, disse não ser favorável à CPMF. Mas afirmou que o governo não tem como abrir mão do imposto neste momento. A proposta de emenda à Constituição que prorroga a CPMF até 2011 ainda serávotada no Senado, mas deve encontrar obstáculos.   O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), rejeitou qualquer tentativa do governo de fazer um acordo com a oposição que permita saltar prazos para acelerar a tramitação da proposta de emenda que prorroga até 2011 a CPMF na Casa. Nesta quarta-feira, o governo realizou uma verdadeira blitz no Senado para discutir uma forma de acelerar a proposta, em encontro de José Alencar, com o presidente interino da Casa, Tião Viana (PT) e líderes partidários.   Eu não aconselho o presidente Lula a tentar burlar nada. Isso transformaria esta Casa num Iraque, num Afeganistão", afirmou Virgílio após a reunião. A declaração foi dada em resposta à líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC), que afirmara que um acordo de líderes possibilitaria apressar a tramitação da proposta. O governo pretende aprovar até 20 de dezembro a emenda da CPMF para poder, legalmente, reiniciar sua cobrança em janeiro de 2008. O líder do PSDB considerou positivo o encontro desta quarta-feira."Nós não convencemos eles, nem eles nos convenceram. De concreto, houve apenas a abertura de um processo de conversa. Um gesto simbólico, mas, ainda assim, incipiente", comentou o líder do PSDB. Ele ressaltou que, se o Palácio do Planalto não apresentar uma proposta de redução da carga tributária, o PSDB tenderá a fechar questão contra a prorrogação da CPMF.

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