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Minc vai à Fiesp e pede legalização de fornecedores na Amazônia

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Por Redação
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O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou nesta terça-feira, durante um debate na Fiesp, que o governo vai exigir a legalização da cadeia produtiva na região da Amazônia e defendeu metas mais rigorosas para emissão de gases do efeito estufa. Segundo Minc, frigoríficos, agropecuárias, siderúrgicas e madereiras serão notificadas pelo Ibama até o dia 15 deste mês para fornecer em 60 dias uma lista completa de seus fornecedores que atuam na região amazônica. "O objetivo é colocar as cadeias produtivas dentro da lei... As empresas serão co-responsabilizadas pelos crimes ambientais cometidos pelos fornecedores", disse Minc durante um debate na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Há duas semanas no cargo, Minc se reuniu com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e depois teve uma reunião aberta à imprensa, que durou quase duas horas, com integrantes do Conselho Superior de Meio Ambiente (Cosema) da Fiesp. O ministério e a Fiesp pretendem assinar em breve um termo de cooperação para que as indústrias paulistas colaborem nessa forma de preservação da Amazônia. Skaf destacou a importância de combater "eventuais empresas que estejam fora da lei, desmatando, e que tenham a possibilidade de vender seus produtos legalmente". Minc também defendeu um maior rigor nos padrões brasileiros de emissão de gases causadores do efeito estufa, afirmando que as metas nacionais são de cinco a dez vezes menos exigentes que nos países europeus. "Queremos investimentos estrangeiros sim, mas com as tecnologias que são exigidas em seus países de origem, por isso devemos aumentar o rigor das emissões", disse Minc. Segundo o ministro, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) está trabalhando com propostas de metas, projeto que recebeu demonstração de apoio da Fiesp. "Minha idéia é equalizar um padrão nacional que nos coloque realmente em um mundo desenvolvido em matéria de preocupação com ambiente e saúde", afirmou o ministro, sem dar mais detalhes. Minc afirmou ainda que na quarta-feira terá uma reunião com o ministro da Justiça, Tarso Genro, para acertar detalhes sobre a Guarda Nacional Ambiental, proposta apresentada por ele ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, Genro prometeu 500 homens para a guarda, e o presidente Lula anunciou concurso para formação de profissionais, que atuariam junto aos batalhões florestais de cada Estado. O ministro também prometeu que até 2009 será concluído o zoneamento econômico e ecológico da Amazônia, que estabelecerá regras para o agronegócio na região. Segundo ele, Acre e Rondônia já terminaram o zoneamento, e Maranhão, Mato Grosso e Pará devem finalizar em breve. "O zoneamento é um bom canal de negociação com o agronegócio, que quer regras claras e definidas -- o que pode, onde pode e como pode", disse Minc. (Por Fernanda Ezabella)

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