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Minas divulga R$ 1,1 mi pagos a empresas da família de Aécio

Iniciativa visava desmontar acusações do PT e investigações do Ministério Público; PSDB alegou que investimentos não levaram em conta 'privilégios ou discriminações'

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Por Ricardo Chapola e Alex Capella
Atualização:
O caso passou a ser investigado pelo Ministério Público Estadual (MPE) em 2011, após Aécio ter sido parado em uma blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro. 

A oito dias de o grupo do senador Aécio Neves (PSDB) deixar o comando de Minas Gerais, o governo estadual divulgou nesta terça-feira, 23, os dados relacionados aos gastos com publicidade feitos pela administração desde 2003. Os dados mostram que, entre 2003 e 2011, o Estado repassou mais de R$ 1,1 milhão às três emissoras de rádio e ao jornal da família do tucano.

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A iniciativa teve como objetivo desmontar acusações do PT e investigações em curso do Ministério Público. A partir de janeiro, o petista Fernando Pimentel assume o Estado no lugar de Alberto Pinto Coelho (PP), ex-vice-governador de Antonio Anastasia (PSDB), futuro colega de Aécio no Senado.

O diretório mineiro do PSDB alegou, por meio de nota, que os investimentos em publicidade feitos nas rádios e jornal da família Neves não levaram em conta “privilégios ou discriminações”. Citou, por exemplo, que rádios pertencentes a adversários políticos, como os peemedebistas ex-senador Hélio Costa (Rádio Sucesso FM) e o ex-deputado Antônio Júlio (Rádio Espacial) não só receberam recursos do governo de Minas, mas em valores superiores.

De 2003 a 2011, a Rádio Arco Íris, que detém uma franquia da Rádio Jovem Pan FM em Belo Horizonte, teria recebido R$ 1,06 milhão. A Rádio São João del Rei S/A e Vertentes FM, ambas em João del Rei, receberam juntas R$ 51, 8 mil. E o jornal Gazeta de São João del Rei, R$ 45,5 mil entre 2003 e 2011.

O caso passou a ser investigado pelo Ministério Público Estadual (MPE) em 2011, após Aécio ter sido parado em uma blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro. Ele dirigia um veículo registrado em nome da Arco Íris. O PT, desde então, vem acusando o governo de Minas de beneficiar os negócios da família do tucano.

Por meio de nota, o diretório estadual do PSDB informou que o governo mineiro utiliza critérios “técnicos” para definir seus investimentos em publicidade. A abertura das contas publicitárias, disse o texto, servirá para “desmontar falsas acusações do PT”. 

“A transparência do governo de Minas comprova mais uma calúnia inventada contra o senador Aécio Neves por lideranças do PT. No caso, a de que o governo do Estado teria beneficiado os quatro veículos de comunicação nos investimentos publicitários realizados pelo Estado”, diz a nota. 

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No texto, o diretório ainda argumenta que as empresas de comunicação pertencem à família de Aécio muito antes de ele ter sido governador de Minas, de 2003 a 2010. Também informa que essas empresas pediram a sua retirada do cadastro da Subsecretaria de Comunicação do Governo de Minas em 2011, quando surgiram as acusações do PT. A mesma subsecretaria está fazendo um levantamento interno sobre os repasses.

Revide. Também por nota, o diretório mineiro do PT destacou a iniciativa do governo mineiro em favor de mais transparência na gestão dos recursos públicos. O partido, no entanto, não deixou de provocar os tucanos.

“Mais uma vez, o PSDB despreza a inteligência dos mineiros e das mineiras. Somente agora, no apagar das luzes de um governo que esteve à frente do Executivo estadual durante doze anos, a Subsecretaria de Comunicação de MG disponibiliza os gastos com publicidade no Estado”, diz a nota do PT.

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