Milú Villela fala sobre voluntariado na ONU

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Por Agencia Estado
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Escolhida por 110 países para apresentar uma proposta de resolução para dar continuidade e tornar permanentes as ações desenvolvidas no Ano Internacional do Voluntário, a presidente do Instituto Faça Parte, Milú Villela, faz nesta terça-feira um pronunciamento na abertura da 57ª Assembléia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), reforçando a importância do trabalho voluntário como instrumento para reduzir a exclusão social e discriminação ainda latentes em países em desenvolvimento e subdesenvolvidos. Num caso raro de representante da sociedade civil a discursar, a convite da ONU, na abertura da assembléia-geral, o pronunciamento de Milú consolida o Brasil como um dos países que mais avançaram na questão do voluntariado. Foram os resultados obtidos pelo Brasil na adoção das ações do Ano Voluntário Internacional que alçaram o País a modelo de trabalho voluntário para várias nações, que procuraram os representantes brasileiros para reproduzir a estratégia traçada pelo Comitê Brasileiro do Ano Internacional do Voluntário, que também é presidido por Milú Villela. "O Brasil se destacou entre os 123 países que participaram do Ano Internacional do Voluntário porque conseguiu um grande sucesso ao engajar a sociedade civil em diversas ações e atividades do trabalho voluntário, sem precisar utilizar quaisquer recursos financeiros do governo." Vários pontos do rascunho de resolução a ser apresentada nesta terça na ONU tiveram como referência o bem-sucedido modelo brasileiro, elaborado por Milú. Segundo ela, no início de 2001, havia 22 milhões de brasileiros participando de programas como voluntários. No fim do ano passado, esse número já era de 42 milhões. "Hoje, por exemplo, já temos cerca de 8 milhões de jovens participando de trabalhos voluntários, através do programa Jovem Voluntário Escola Solidária em seis Estados e em cerca de 10 mil escolas. Daqui a dois anos, a meta é que o número cresça para 43 milhões de estudantes em mais de 60 mil escolas públicas, além de milhares de outros estudantes de escolas privadas", explicou Milú. Ela atribui boa parte do sucesso do programa à contribuição da mídia. No seu pronunciamento, Milú fará um balanço dos resultados obtidos no Brasil com as ações do Ano Internacional do Voluntário, iniciado em 2001. Além disso, destacará não somente a importância social, mas também econômica do voluntariado. "Jorge Gerdau (presidente da siderúrgica Gerdau) me disse que cada real trabalhado com voluntariado equivale a 12 reais investidos diretamente", exemplificou Milú. Para o próprio voluntário, os benefícios são grandes. "Além de ter um impacto positivo na auto-estima das pessoas, o voluntariado é visto por empresas e escolas de administração como sendo uma vantagem extraordinária no currículo do voluntário", disse. Milú quer passar como principal mensagem para os seus interlocutores que a sociedade no Brasil, através do trabalho voluntário, vai se colocar no centro da geração de capital social e da percepção de desenvolvimento sustentável. "A solidariedade fortalece o tecido social e seus valores morais nas nossas comunidades."

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