Militares não vêem risco de terrorismo no Brasil

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Por Agencia Estado
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Apesar do aumento da preocupação dos norte-americanos com a possibilidade de sofrerem um novo ataque terrorista nos próximos dias, as autoridades militares brasileiras insistem que não há motivo, no Brasil, para maiores peocupações, já que o País não deverá se transformar em alvo. O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista, acha que a situação no País não mudou e determinou até o recuo do "alerta 1", que estava em vigor na Força Aérea desde quando ocorreram os atentados. "Voltamos à situação de normalidade", declarou o brigadeiro Baptista ressalvando, no entanto, que os pontos estratégicos continuam sob forte vigilância, seguindo as regras de segurança da Força. "Não temos informações de ameaças, mas continuaremos atentos", acrescentou o brigadeiro. Baptista advertiu que a transformação de um estado normal de vigilância para a situação de alerta é imediata, assim que houver qualquer informação que seja considerada relevante. As autoridades militares brasileiras insistem que não há ainda informações concretas sobre presença de células terroristas na Tríplice Fronteira, mas adiantam que a área permanece sob severa vigilância. Os governos dos três países que compõem a Tríplice Fronteira - Argentina, Brasil e Paraguai - estão intensificando o intercâmbio de informações, pois entendem que as ações ali são de inteligência, e não bélicas. Uma das medidas já anunciadas é a assinatura de um acordo sobre controle de aeronaves irregulares. A idéia é que seja feita uma listagem de aeronaves civis roubadas, destruídas ou acidentadas, para que seja checada pelos países. Haverá ainda intercâmbio de dados referentes a aeronaves e tripulantes envolvidos em atividades ilícitas, assim como a criação de centros integradores de dados relativos à prática de repressão a ilícitos transnacionais. Simpósio Os atentados terroristas ocorridos em Washington e Nova York, no dia 11 de setembro, levaram as autoridades militares brasileiras a aprofundarem estudos sobre o tema. A Escola de Guerra Naval promove, na semana que vem, um simpósio intitulado "Análise e Conseqüências do Ato Terrorista ocorrido nos Estados Unidos". Cientista políticos, jornalistas, diplomatas e militares da ativa e da reserva estarão discutindo o tema durante dois dias. O encontro será aberto com uma análise da natureza dos atos terroristas e debaterá também as perspectivas, no campo das relações inrternacionais, em decorrência dos atentados. Na sexta-feira, os participantes do encontro discutirão ainda as implicações para o Brasil, nos campos político, econômico e estratégico-militar, em decorrência dos atentados. Minas terrestres O presidente em exercício, Marco Maciel, sancionou lei aprovada pelo Congresso proibindo o emprego, desenvolvimento, a fabricação, a comercialização, a importação, a exportação, a aquisição, a estocagem, a retenção ou a transferência, direta ou indiretamente, de minas terrestre no território nacional. A lei ressalva, no entanto, a possibilidade de retenção e manuseio de minas pelas Forças Armadas, com a finalidade de permitir o desenvolvimento de técnicas de sua detecção, desminagem e destruição. A pena para quem desenvolver, fabricar, estocar e comercializar minas é de reclusão de quatro a seis anos e multa, podendo ser acrescida de 1/3 se o agente for funcionário público civil ou militar. Em caso de reincidência, a pena é acrescida de 1/2. A lei estabelece que não constitui crime a retenção de minas pelas Forças Armadas.

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