Militares ficarão no Rio até fim do 2º turno, diz TRE

Quinto dia de operação foi calmo, mas chuva atrapalhou campanha

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Por Talita Figueiredo e Pedro Dantas
Atualização:

As tropas militares que ocupam favelas do Rio para manter a segurança durante a campanha eleitoral já chegaram ao Estado com a garantia de permanecer até o fim do segundo turno, caso ele se confirme, afirmou ontem o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio, desembargador Roberto Wider, em seu último dia no cargo. Wider disse ainda que, até lá, poderá haver modificação na forma de atuar dos militares, que atualmente permanecem três dias em cada uma das 27 áreas onde traficantes e milicianos estariam obrigando eleitores a votar em candidatos que apóiam. Não houve definição do trabalho que as Forças Armadas farão no dia do pleito. O quinto dia da Operação Guanabara foi tranqüilo nas favelas da zona oeste ocupadas pelas tropas da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada do Exército. O tempo chuvoso durante toda a manhã e parte da tarde afastou candidatos e eleitores das ruas e vielas das favelas do Taquaral, do Sapo, da Coréia e da Vila Aliança. Os militares não realizavam revistas e se limitavam a permanecer em pontos estratégicos das comunidades. Fiscais do Tribunal Regional Eleitoral retiraram galhardetes e placas de propaganda política irregular de casas e postes. Os poucos moradores que se aventuravam a sair de casa sob a chuva mostravam opiniões divididas. "A ocupação do Exército foi tranqüila. Se o motivo for eleições, acho pouco eficiente, porque aqui as pessoas já estão com a opinião formada sobre candidatos. Creio que em áreas dominadas por milícias ocorre mais a coação para influenciar o voto", opinou o comerciante Antônio Carlos Gomes, de 53 anos, morador da Favela do Sapo, onde hoje o Exército planeja realizar atendimento médico gratuito. Escolas e lojas funcionaram normalmente em todas as áreas ocupadas. Amanhã, o Exército estará nas favelas da Rocinha e o Morro do Vidigal, em São Conrado, na zona sul do Rio.

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