Atualizado às 23h48
Salvador - O 5.º Congresso do PT não atraiu só militantes do partido à capital baiana. Grupos que rejeitam a legenda e o governo federal também marcaram presença em Salvador, e o que se viu foram embates e xingamentos que, por pouco, não chegaram às vias de fato.
A primeira confusão ocorreu já no Hotel Pestana, no qual o PT realiza o evento e onde estão hospedados seus militantes, políticos e dirigentes. Líder do Revoltados On Line, um dos movimentos contrários à presidente Dilma Rousseff, Marcello Reis também fez check-in no local e foi tomar café da manhã nesta quinta-feira, 11, com uma camiseta preta e a palavra “impeachment” inscrita.
Por volta das 10 horas, foi abordado pelo senador Paulo Rocha (PT-PA). “Não é muita provocação você estar aqui?”, questionou o parlamentar. Reis rebateu com palavrões e disse:
"Provocação é de vocês. Não aguento mais pagar impostos para essa quadrilha do PT”. O ex-tesoureiro do partido Paulo Ferreira ouviu os palavrões de Reis e também passou a xingá-lo. “Você está querendo tomar porrada”, disse Ferreira. “Se você quiser, vamos para a porrada. Aguento você e mais dez”, respondeu Reis. Rocha afastou o correligionário e, minutos depois, a gerência do hotel abordou o líder do Revoltados On Line e afastou os jornalistas do local.
À tarde, as hostilidades entre petistas e os grupos anti-PT prosseguiram em uma praça a 150 metros do hotel. Militantes do partido, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Movimento Sem Teto de Salvador (MSTS) trocaram xingamentos com os grupos pró-impeachment Vem Pra Rua e Movimento Brasil Livre (MBL), que reuniram duas dezenas de ativistas no local.
Aos gritos de “Nossa bandeira jamais será vermelha”, os grupos tiveram o protesto ofuscado pela centena de simpatizantes e militantes do PT. A Tropa de Choque enviou 50 homens ao local e evitou novas brigas.
À noite, Reis foi emparedado por um grupo de militantes no saguão do hotel, restando a ele deixar o local.