Milhares comemoram Dia da Consciência Negra

Por Agencia Estado
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Milhares de pessoas invadiram o Centro Histórico da capital baiana, nesta terça-feira, para comemorar o Dia da Consciência Negra, na data dedicada a homenagear Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência dos escravos no Brasil colônia. Dois cortejos coloriram a cidade com muito batuque, festa e protesto. O primeiro saiu da Praça do Campo Grande, e o segundo, do Bairro da Liberdade, o mais populoso da cidade. O destino dos dois cortejos era o Pelourinho. Cerca de 160 percussionistas dos principais blocos afros de Salvador, como o Olodum, o Malê Debalê e o Ilê Aiyê animaram os manifestantes. No Pelourinho, uma parte dos manifestantes assistiu a missa celebrada pelo bispo-auxiliar de Salvador, dom Gílio Felício, (único bispo da raça negra da Bahia), na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, construída pelos escravos no século 18. A missa católica utilizou elementos do culto afro, num exemplo do sincretismo que caracterizou a formação religiosa do baiano ao longo dos últimos 450 anos. A igreja não comportou tanta gente, e muitos ficaram do lado de fora na Ladeira do Pelourinho, já esquentando os tambores para a festa dos percussionistas que iria se arrastar até a madrugada desta quarta. Este ano o lema do dia da Consciência Negra foi "Reparação Já", pelo qual as entidades de apoio à luta dos negros da Bahia reivindicam políticas públicas que melhorem as condições de educação e emprego para os descendentes de africanos.

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