O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, não vê como uma ameaça a promessa do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), João Pedro Stédile, de infernizar o País em abril com invasões de terra. Segundo o ministro, não existe uma situação de descontrole, uma vez que o mês de abril é tradicionalmente o período em que os movimentos sociais ligados ao campo se mobilizam em memória dos trabalhadores sem-terra mortos no conflito de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 1996. "Abril é o primeiro de maio da luta da reforma agrária. É um período de intenso debate. Temos que respeitar os debates com as organizações", afirmou. Rosseto evitou responder a promessa de Stédile, e garantiu que o diálogo com os movimentos sociais do campo está mantido. "Preservamos a relação permanente de diálogo com todos os movimentos, e continuaremos com o diálogo permanente. Não cabe ao governo comentar opiniões de lideranças de movimentos", disse. O ministro afirmou que a segurança no campo não será reforçada diante da ameaça do MST de intensificar as invasões. "Para excessos, existem normas, leis e instituições que podem coibir. Todas as instituições estão permanentemente atentas", garantiu. Segundo o ministro, o governo cumpre a legislação no campo e vai manter a sua conduta. Rosseto ressaltou que não há motivo para cobrança por parte do MST, uma vez que o governo vem cumprindo as metas estabelecidas no Plano Nacional de Reforma Agrária elaborado no ano passado em conjunto com as lideranças sociais do campo. As informações são da Agência Brasil.