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Migração de AM para FM é 'salto tecnológico', diz Dilma

Por Ayr Aliski
Atualização:

A migração das rádios AM para a frequência FM, medida confirmada na quinta-feira (7) da última semana, representa um salto tecnológico que vai ajudar a manter e até aumentar a audiência dessas emissoras, disse hoje a presidente Dilma Rousseff. Segundo ela, no caso das operadoras menores, esse avanço pode significar, inclusive, a sobrevivência. O comentário foi feito durante o programa semanal de rádio "Café com a Presidenta". Dilma lembrou que o Brasil tem quase duas mil rádios AM. "Elas são um verdadeiro patrimônio do nosso País", afirmou.Dilma destacou que a frequência FM tem muito mais qualidade, sofre menos interferência e não tem chiado. Ela explicou que o sinal AM pode sofrer interferências de celulares, carros e até de eletrodomésticos. A presidente ressaltou que a mudança não é obrigatória. "É a rádio que escolhe se ela quer mudar ou não para a faixa FM, e ela tem um ano para decidir", disse. A emissora que optar por essa alteração poderá fazer suas transmissões nas duas faixas por até cinco anos. Ou seja, durante cinco anos, a rádio poderá ser AM e FM. De acordo com a presidente, só devem continuar como AM as rádios com alcance maior, que chegam, às vezes, a todo o Estado.A presidente revelou que ouve rádio desde criança. "Lá em Belo Horizonte, onde eu nasci e cresci, eu me lembro da minha mãe e da minha tia ouvindo as radionovelas que eram transmitidas naquela época. Eu ficava lá escutando. Tinha ''O Direito de Nascer'', na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, que era o maior sucesso. Todo mundo acompanhava ''O Direito de Nascer''. Eu gostava muito de escutar ''Jerônimo, o Herói do Sertão'' e acompanhava as aventuras deste primeiro herói brasileiro do rádio. Outro programa do qual me lembro é o ''Repórter Esso'', que dava as notícias do que estava acontecendo no Brasil e no mundo, e que meu pai gostava de ouvir todos os dias", revelou.Dilma lembrou que, para ela, o rádio teve um papel especial durante o regime militar. "O rádio também foi muito importante na minha vida quando, durante a ditadura, eu estive presa. A gente ouvia muito o rádio e, pela frequência AM, conseguíamos até sintonizar as rádios estrangeiras e saber o que estava acontecendo no mundo", rememorou.Ela frisou que o rádio está presente em qualquer parte do País, "seja em uma comunidade ribeirinha da Amazônia, seja em uma cidade do semiárido, seja em uma fazenda do Pantanal ou em uma grande cidade do País". "E é por saber dessa enorme importância do rádio que eu faço questão de dar entrevista, sempre que eu posso, para as emissoras das cidades que eu visito pelo Brasil afora", disse.

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