PUBLICIDADE

"Meu desejo não é ser candidato outra vez", diz Lula

O presidente disse, em solenidade no Palácio do Planalto, que acalenta apenas o sonho de comparar os resultados do seu governo com os anteriores

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em solenidade no Palácio do Planalto, que o presidente da República não tem o direito de reivindicar ser candidato, até porque é presidente. Ele fez a declaração depois de ouvir do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura, Manoel dos Santos, que o conselho da entidade decidiu fazer campanha pela sua reeleição. Lula falou, porém, de um sonho que acalenta: "Um sonho que eu tenho e o meu desejo não é o de ser candidato outra vez. É, ao terminar meu mandato, comparar o que fizemos para o povo pobre com tudo que foi feito antes e medir para ver se houve evolução ou não como a evolução que houve na agricultura familiar". Lula agradeceu o fato de Manoel dos Santos considerá-lo ainda companheiro, mesmo depois de três anos e quatro meses de governo. "O poder não subiu a minha cabeça nem fez com que eu me distanciasse de vocês", disse o presidente, acrescentando que, depois que deixar o cargo, voltará para perto de seus verdadeiros companheiros. Despedida O presidente aproveitou para se despedir de ministros que estão deixando o cargo, como Miguel Rossetto (do Desenvolvimento Agrário). "Por conta da legislação, que não fui eu que fiz, termina hoje o prazo para os ministros deixarem os cargos", comentou ele, acentuando que não sabe se a lei é certa ou errada, mas o fato é que ela existe. Lula, ao confirmar que Rossetto entregou a sua carta de demissão, explicou que decidiu não ficar pedindo aos ministros para continuarem no governo. "Certamente uns ganharão, outros perderão. Desejo a todos boa sorte, e seremos gratos pelo que fizeram", declarou presidente. "Não pensem que foi fácil a despedida", disse Lula, ao ressaltar que se trata de um momento "complicado". Mas afirmou que, na maioria dos casos, elevará ao posto de ministro o secretário-executivo daquele que sai, para dar continuidade à administração. "Não estamos mais na época de plantar, mas de colher. Plantamos há três anos, já aramos a terra, tiramos os carrapichos, mas agora vamos colher."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.