Mesmo proibidas, empresas bélicas do Irã expõem no Brasil

Um dia após ser informada das restrições da ONU ao país, a responsável pela organização de VI Feira Latino Americana de Defesa pediu a saída dos expositores

Por Agencia Estado
Atualização:

O stand que reunia cinco empresas iranianas na VI Feira Latino Americana de Defesa foi desmontado na noite da última terça-feira, 17, a pedido da organização do evento. A Reed Exhibitions alegou que a saída dos expositores respeita as determinações da ONU, que impõem restrições ao Irã. No entanto, a medida só foi tomada um dia após a abertura do evento ao público e três dias após a data final para as inscrições. Eduardo Sanovicz, da empresa responsável pela realização do encontro, afirmou que apenas na última segunda-feira à noite, véspera da inauguração da feira, a Reed Exhibitions, que tem origem inglesa, foi informada das restrições ao stand iraniano. Segundo ele, a resolução 1.747, de 24 de março de 2007, determina restrições ao Irã no que diz respeito à exposição e comercialização de equipamentos bélicos. Sanovicz conta que chamou os representantes daquele país e informou o problema, pedindo que eles desmontassem o stand à noite, o que foi feito, sem problema. "Somos uma empresa global e em todas as nossas atividades seguimos rigorosamente as determinações da ONU e assim que soubemos (das restrições aos iranianos) chamamos os representantes das cinco empresas e conversamos", comentou. Os representantes das empresas iranianas, no entanto, puderam continuar participando da feira, que reúne outros 300 expositores, de delegações de 30 países, mas tiveram seus crachás substituídos. "Saímos por causa dos americanos e dos ingleses", declarou Golamhossaim Pour Ali, da Aviation Industrie Organization. "Pergunte a eles", disse ele ao Estado, já desalojado de seu stand. A jornalista viajou a convite da Reed Exhibitions.

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