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Mesmo contrário, Garibaldi diz que vai instalar CPI só no Senado

Presidente da Casa diz que cumprirá seu dever, mas afirma que comissão paralela é uma 'dispersão de esforços'

Por Ana Luísa Westphalen e da Agência Estado
Atualização:

O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), afirmou nesta segunda-feira, 7, em entrevista à Rádio Eldorado que a instalação de uma CPI exclusiva do Senado para apurar os gastos com cartões corporativos, paralela à comissão mista já instalada na Câmara, não é o mais adequado para uma investigação. "Há uma dispersão de esforços, creio eu que não é a melhor solução, mas do ponto de vista legal eu tenho que cumprir o meu dever, já que o requerimento dessa comissão exclusiva preenche todas as exigências legais e constitucionais", declarou. Garibaldi marcou para esta terça-feira a leitura do requerimento de instalação.     Veja Também:   PF abre inquérito para apurar vazamento de dados de FHC Decisão da PF de investigar dossiê é uma farsa, diz Virgílio Garibaldi deve instalar CPI dos Cartões no Senado amanhã Dilma anuncia auditoria e fala em ação da PF sobre vazamento Entenda o que é e como funciona o ITI Dossiê com dados do ex-presidente FHC  Entenda a crise dos cartões corporativos  Forúm: Quem ganha e quem perde com a CPI? Oposição vai questionar Dilma sobre dossiê contra FHC em comissão   Sobre o vazamento de um dossiê que teria sido montado na Casa Civil sobre as despesas feitas no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o senador Garibaldi Alves avaliou que informações sigilosas de gastos não podem deixar de ser apresentadas ao público. "Só assim nós estaríamos fazendo valer o princípio da transparência com relação ao gasto público, porque o dinheiro é dos impostos, o dinheiro vem do contribuinte", destacou.   Enquanto na Câmara a base do governo tem quase 380 dos 513 deputados (74%), no Senado o equilíbrio é maior: independentemente das legendas, a divisão costuma ser de 47 senadores governistas (58%) contra pelo menos 34 que acompanham a oposição.   Oposição   A estratégia da oposição passa pelo esgotamento da discussão dentro do Congresso. Na CPI - ou CPIs -, os oposicionistas prometem recolocar em pauta a necessidade de abrir o sigilo dos cartões corporativos. Se não obtiverem êxito, recorrerão ao Supremo. "Se nós não conseguirmos pela via normal, que é a CPI, vamos entrar com uma ação no Supremo", garantiu Demóstenes. Posição semelhante vem sendo articulada pelos líderes do PSDB. Um parlamentar revelou que o partido já trabalha de forma reservada uma ação para pedir a quebra do sigilo dos gastos de Lula e Marisa. Demóstenes lembrou que "a guerra administrativa" é para que os atuais ocupantes do poder mostrem como gastaram os recursos. Lembrou que, se se confirmar que o dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e da ex-primeira-dama Ruth Cardoso foi mesmo feito dentro do Palácio do Planalto, estará configurada a quebra de sigilo dos dados. Para controlar o novo foco de investigações no Senado, Lula receberá amanhã no Planalto a bancada do PDT no Senado - que conta com quatro parlamentares. O líder do partido, Jefferson Péres (AM), disse que, enquanto o Planalto continuar na estratégia de blindar a ministra Dilma Rousseff, a oposição vai acirrar os ânimos para desgastar o governo. "Pior é não ir e ficar exposto", avaliou Péres, deixando em aberto a possibilidade de o PDT apoiar a CPI exclusiva do Senado.    

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