Mesmo com decreto de Bolsonaro, Ibaneis diz que vai manter academias e salões fechados

Governador do DF argumenta que os técnicos da área da saúde não recomendam a reabertura dessas atividades pelo risco de contaminação do novo coronavírus

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Por Julia Lindner
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O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, afirmou nesta terça-feira, 12, que vai manter salões de beleza e academias fechadas mesmo após diretrizes do governo Jair Bolsonaro incluírem os serviços entre atividades essenciais. Segundo Ibaneis, os técnicos da área da saúde não recomendam a reabertura dessas atividades pelo risco de contaminação do novo coronavírus.

"Eu fui desde o início nisso (pelo isolamento) e vou até o final, nem que eu tenha que me afundar politicamente", disse Ibaneis ao Estadão/Broadcast Político.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha Foto: José Cruz/Agência Brasil -26/3/2019

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Com 2.783 casos confirmados de covid-19 e 44 mortes decorrentes da doença, O DF foi pioneiro no isolamento social no País. Ibaneis decretou situação de emergência no final de fevereiro, quando Brasília ainda não havia confirmado o primeiro caso da doença. Em 11 de março, o governador editou decreto para suspender aulas e eventos, a primeira medida de uma série de restrições à circulação.

Nas últimas semanas, no entanto, Ibaneis se aproximou do Palácio do Planalto, participou de eventos ao lado do presidente Jair Bolsonaro e começou a anunciar medidas de flexibilização do isolamentos, como a liberação de lotéricas, lojas de móveis e cultos em estacionamentos de igrejas. No caso dos salões de beleza e academia, no entanto, Ibaneis afirma que não pretende recuar até que haja orientação técnica e liberação da Justiça.

"Eu até tinha vontade de fazer (liberação de novas atividades), mas meus técnicos não indicam, eles não recomendam pelo risco de contaminação. Fui desde o início nisso e vou até o final, nem que eu tenha que me afundar politicamente", disse Ibaneis. "Além disso, também tem a decisão da Justiça Federal. Estou aguardando decisão judicial", acrescentou.

A juíza Kátia Balbino Ferreira, da 3ª Vara Cível da Justiça Federal do Distrito Federal, suspendeu na semana passada qualquer nova ampliação do funcionamento de atividades até que haja um cronograma de reabertura e medidas para impedir a propagação da covid-19.