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Mercadante trabalhou por absolvição em setembro

Por Marcelo de Moraes e BRASÍLIA
Atualização:

É uma péssima notícia para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a possibilidade de a bancada do PT votar contra sua absolvição nas próximas representações que deverá responder. No primeiro julgamento em plenário - por causa do suposto pagamento de despesas pessoais suas pela construtora Mendes Júnior -, Renan teve 40 votos a favor, 35 contrários e seis abstenções. Apesar de a votação ter sido secreta, no Senado é opinião consensual que dos 12 integrantes da bancada petista, de 6 a 8 não apoiaram o pedido de cassação. Um dos principais articuladores da operação que levou a bancada petista a ajudar a salvação do presidente do Senado na votação do primeiro processo contra ele, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) passou a fazer discursos e a dar declarações seguidas defendendo o afastamento. Quando da absolvição de Renan no plenário, Mercadante admitiu explicitamente ter sido um dos 6 senadores que optaram pela abstenção. Esses votos foram decisivos para que o presidente do Senado escapasse da condenação - foi absolvido por 40 votos a 35. Também já deram entrevistas a favor do afastamento ou até da cassação os petistas Eduardo Suplicy (SP), Delcídio Amaral (MS), Flávio Arns (PR), Tião Viana (AC) e Paulo Paim (RS). Sem a garantia desses votos, Renan passa a ter o mandato ameaçado de forma real, mesmo que por uma margem pequena. Até porque os integrantes da bancada petista já não têm dúvidas de que estão pagando um preço alto pelo desgaste de sua imagem para apoiar um aliado do Palácio do Planalto. No primeiro julgamento os petistas cumpriram à risca a orientação do Planalto para sair em socorro de Renan, em troca do apoio do aliado e de outros senadores peemedebistas para a aprovação da prorrogação da CPMF. O desgaste por esse gesto tem sido alto. Aliados de Renan garantem que ele não aceitará passivamente uma hesitação do PT em novo julgamento. Avaliam que poderá se repetir na votação da CPMF a mobilização de senadores que derrubou a medida provisória que criava a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo. Assim, forçaria o governo a pressionar os petistas para ajudarem novamente Renan.

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