Mercadante evita ataques a Marta na véspera de prévia petista

Em campanha pelo interior, senador diz estar seguro da vitória

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Por Agencia Estado
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O senador Aloizio Mercadante afirmou neste sábado estar seguro de que será escolhido como o candidato do PT para disputar as eleições a governador de São Paulo. "Estou otimista e seguro da vitória", garantiu Mercadante. Ele disse acreditar que haverá uma "mobilização histórica" dos militantes e espera pelo menos 80 mil votantes na prévia do partido que será realizada neste domingo. Reunido com lideranças do PT na região em uma churrascaria de Campinas, Mercadante optou por não atacar a adversária Marta Suplicy. "De antemão, o PT vai sair unido da prévia. Se a Marta ganhar, terá meu apoio. Como estou seguro de que vou ganhar, sei que ela também vai me apoiar", alegou. O senador ilustrou com números sua convicção. Disse que tem apoio de 55 dos 57 prefeitos petistas de São Paulo, de 380 dos 471 vereadores, de 494 dos 604 presidentes de diretórios municipais do partido e de 95% dos sindicalistas do Estado. "O presidente Lula tem manifestado preferência pela minha candidatura", arrematou. Assumindo o papel de candidato, Mercadante afirmou que o PT derrotou José Serra (PSDB) para prefeito, para presidente e vai derrotá-lo na disputa pelo governo estadual. Acusou o tucano de não respeitar a palavra empenhada. "Ele prometeu um monte de coisas e não cumpriu nada. Assinou documento garantindo que permaneceria na prefeitura e deixou o cargo. É um homem público para quem a palavra não vale nada", provocou. De acordo com Mercadante, 65% da população não sabe quem é o atual prefeito de São Paulo. "Serra escolheu o Palácio dos Bandeirantes como prêmio de consolação, mas não vai ter", afirmou, referindo-se à definição de Geraldo Alckmin como candidato do partido às eleições presidenciais. O senador contemporizou ao falar da crise política, reconheceu que o PT cometeu erros "graves, que não poderiam ter ocorrido". Mas argumentou que a crise atingiu "todos os partidos que têm representação" no Congresso Nacional. "O presidente Lula é que nem massa de pão, quanto mais bate, mais cresce", ironizou Mercadante. Reeleição de Lula O senador afirmou que a "reeleição de Lula" é a tarefa prioritária do partido e que o colégio eleitoral de São Paulo é o mais importante do País. "É aqui que temos de vencer essa disputa", alegou, citando que São Paulo concentra 22% dos eleitores. Ele acrescentou que o PT paulista tem relevante papel "na defesa do governo Lula" e aproveitou para atirar contra Alckmin. "A campanha dele anda tão animada que tem missa de sétimo dia". E emendou que "tucano é muito bom de bico, mas voa curto". Planos de campanha Na conversa com os repórteres e no discurso aos líderes petistas que participavam do almoço, Mercadante deixou claro que segurança e educação serão dois pontos importantes de sua campanha, caso seja escolhido na prévia. Prometeu melhores salários para os professores, para os policiais, investimento em informatização, em inteligência policial e recuperar a qualidade de ensino. Defendeu a extinção da Febem, a implantação de institutos para jovens reclusos e para liberdade assistida. Embora tenha considerado que o governo federal trabalha mais para a população de baixa renda, "porque a sociedade é muito injusta", o pré-candidato afirmou que a classe média também está sendo atendida. "O PT faz campanha para toda a população e governa para toda a sociedade", defendeu. Reconheceu, porém, que o tema segurança "é um ponto importante na vida do povo e uma forma de atingir a classe média". O senador alegou que o PT fará uma "campanha austera" em São Paulo. "Quando entrei no partido, a gente fazia campanha sem recursos, com garra e coração". Bolívia Mercadante não deixou de comentar a crise na Bolívia, inclusive com os líderes do partido. Tratou o tema como "assunto da semana". Mas preferiu ser diplomático. "A Bolívia tem o direito de nacionalizar o subsolo. O Brasil tem que assegurar que os direitos da Petrobrás e os contratos sejam respeitados, ter maturidade para preservar seus interesses". O presidente Lula, conforme o senador, é um fator de equilíbrio na região. Citou que a América Latina consome 23% das exportações brasileiras. Mercadante esteve em Várzea Paulista, Jundiaí e Campinas, antes de voltar a São Paulo. Convocou os militantes a fazer boca de urna em seu nome e lembrou que o PT permitiu o transporte de eleitores até os locais das prévias. Na churrascaria, os líderes petistas e familiares consumiram rodízio de carnes, refrigerantes, cervejas e caipirinhas. Cada um pagou sua conta.

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