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Mercadante e Alckmin duelam na Educação

Petista perguntou se tucano colocaria filhos em escola pública e o acusou de se esquivar na resposta; rival disse que investimentos de sua gestão no setor foram superiores aos do PT na prefeitura

Por Daniel Brammati/SÃO PAULO
Atualização:

O debate Estadão/TV Gazeta, que reuniu ontem candidatos ao governo paulista, foi marcado por um duelo entre Geraldo Alckmin (PSDB) e Aloizio Mercadante (PT) em torno do tema educação.

 

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Outros supostos pontos fracos de gestões do PSDB no Estado foram usados pelos demais candidatos como forma de atingir Alckmin, líder nas pesquisas de intenção de voto.

 

Mercadante perguntou a Alckmin se ele colocaria os filhos em escola pública e acusou o tucano de não responder a esse questionamento em outras ocasiões. O tucano afirmou que um de seus filhos estudou em uma Fatec, uma escola pública, e que outros estudaram em Brasília.

 

O petista não se mostrou satisfeito e disse que a falta de uma resposta clara evidenciava o fato de que a situação da educação pública estadual não é boa, diferentemente do que Alckmin tem afirmado.

 

Ao se defender, o candidato do PSDB citou dados estatísticos e o fato de São Paulo ter obtido as melhores notas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), exame federal que mede a qualidade do ensino. No contra-ataque, Alckmin afirmou que o PT, na Prefeitura de São Paulo, reduziu os investimentos em educação - dado contestado por Mercadante.

 

O petista também criticou o que chama de aprovação automática de alunos em escolas públicas, mesmo os que não sabem ler e escrever. Afirmou ainda que metade dos professores do Estado não são concursados e acusou os sucessivos governos tucanos em São Paulo de não terem agido para resolver o problema. Criticou ainda a política de concessão de bônus por desempenho para professores e disse que estabelecer um plano de carreira é melhor forma de promover os educadores por mérito.

 

Logo no início do debate, Alckmin fez um ataque indireto a Mercadante. Afirmou que seu governo, caso seja eleito, não terá "aloprados" - referência ao escândalo que envolveu petistas na compra de um dossiê às vésperas da eleição de 2006.

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Sem citar o principal adversário, Mercadante responsabilizou os tucanos pelo arquivamento de "cem CPIs" na Assembleia Legislativa.

 

Saúde. Celso Russomanno, do PP, acusou o atual governo de pagar baixos salários aos médicos e prometeu implantar um piso de R$ 12 mil para a categoria.

 

Paulo Skaf, do PSB, confrontou Alckmin no tema segurança. Atribuiu a queda no número de homicídios no Estado à aprovação do Estatuto do Desarmamento e disse que houve aumento de outros crimes, como roubos de cargas.

 

Mais uma vez o tucano recorreu às estatísticas - disse que São Paulo tem um dos menores índices de homicídios por 100 mil habitantes e prometeu aumentar em 6 mil o efetivo de policiais.

 

Skaf também criticou o alto valor dos pedágios nas estradas estaduais. Disse que as maiores empresas concessionárias tiveram, no ano passado, taxas de lucro superiores às alcançadas por bancos.

 

O candidato do PV, Fábio Feldmann, criticou a forma como PT e PSDB conduzem o debate sobre a educação. Ele destacou que é preciso adequar o ensino aos novos desafios do século 21.

 

Paulo Bufalo, do PSOL, criticou todos os adversários e atacou o acordo de refinanciamento da dívida paulista com a União que resultou, entre outros pontos, na federalização e privatização de ativos do Estado, como o Banespa. O debate foi mediado pela jornalista Maria Lydia, da TV Gazeta. Contou ainda com a participação de Silvia Correa e Paulo Markun (da emissora); e Luiz Fernando Rila e Celso Ming, ambos do Estado.

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