Após ser citado em delação premiada na Lava Jato, Mercadante cancela ida aos EUA

Ministro faria parte de comitiva de Dilma em viagem oficial ao país; ele ficará em Brasília para prestar esclarecimentos sobre operação

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Citado na delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, decidiu neste sábado cancelar a ida aos Estados Unidos, onde acompanharia a presidente Dilma Rousseff em visita oficial ao país.

PUBLICIDADE

A previsão inicial era que Mercadante integrasse a comitiva recorde de Dilma, formada por 11 ministros, entre eles o das Relações Exteriores, Mauro Vieira; da Fazenda, Joaquim Levy; da Educação, Renato Janine Ribeiro; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto; do Planejamento, Nelson Barbosa; das Comunicações, Ricardo Berzoini; e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, entre outros.

Segundo o Broadcast Político apurou, o ministro ficará em Brasília para prestar esclarecimentos sobre os desdobramentos da Operação Lava Jato e cuidar da gestão do governo.

Ao lado dos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social), Mercadante participou de reunião emergencial convocada às pressas pela presidente Dilma Rousseff na manhã deste sábado. Na ocasião, Dilma e os ministros tentaram acertar um discurso de resposta do governo às acusações de Pessoa.

Uma das principais preocupações do Planalto é que o agravamento da crise política impulsione a movimentação pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff e ofusque a viagem oficial de trabalho que a presidente fará aos Estados Unidos nos próximos dias.

ACUSAÇÃO Dono da UTC, Ricardo Pessoa apresentou à Procuradoria-Geral da República documento que cita repasse de R$ 250 mil à campanha do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, ao Governo de São Paulo em 2010.

No documento entregue pelo empresário, o pagamento a Mercadante aparece ao lado da informação "eleições de 2010". Naquele ano, o petista concorreu, sem sucesso, ao cargo de governador de São Paulo. O ministro nega que sua campanha tenha recebido recursos não contabilizados.

Publicidade

Na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral, Mercadante declarou doações de empresas da holding UTC Participações, da qual Pessoa é acionista. Ambas foram de R$ 250 mil, mesmo valor descrito no documento entregue à Procuradoria.

OUTRO LADO Em nota, o ministro Mercadante afirma desconhecer o teor da delação premiada de Pessoa. "A empresa UTC, por ocasião da campanha ao Governo do Estado de São Paulo, em 2010, fez uma única contribuição, devidamente contabilizada e declarada à Justiça Eleitoral, no valor de R$ 250 mil reais, conforme demonstrado em minha prestação de contas aprovada pela Justiça Eleitoral. Essa doação foi feita em 27 de agosto de 2010, com recibo eleitoral nº 13001092079", diz a nota de Mercadante.

"A empresa Constran Construções, que pertence ao mesmo grupo, fez uma contribuição, também devidamente contabilizada e declarada à Justiça Eleitoral, no valor de R$ 250 mil reais, conforme demonstrado em prestação de contas aprovada pela Justiça Eleitoral. Essa doação foi feita em 29 de julho de 2010, com recibo eleitoral nº 13001092017", informou o ministro.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.