A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Banestado marcou para amanhã, às 11 horas, reunião para votar o relatório final do deputado José Mentor. Na semana passada, Mentor apresentou seu relatório, e os membros da CPI apresentaram 51 emendas ao texto que ele está analisando e sobre as quais apresentará seu parecer. Mentor antecipou que serão acatadas as sugestões que tenham respaldo técnico. "Acatarei até mesmo novos indiciamentos, desde que estes tenham a prova nos anais da CPI", afirmou. Segundo informou, a assessoria do deputado, a CPI não precisará, necessariamente, aprovar amanhã ou quarta-feira o relatório final, pois ela tem autonomia para marcar outra data. Certo, segundo a assessoria, é apenas que, se não for aprovado esta semana, o relatório ficará para o próximo ano. Como o Legislativo reinicia seus trabalhos em 15 de fevereiro, há a possibilidade de o relatório ser aprovado apenas em março, se não o for na sessão de amanhã. Hoje, José Mentor divulgou nota, rebatendo críticas segundo as quais seu relatório teria caráter político, e acusando a oposição de, ela sim, tentar fazer uso político da CPI. "Não tenho dúvida de que a oposição (e a CPI é mista) a tratou, até para tentar proteger seus pares, como um instrumento de política partidária da pior qualidade", afirma. "Antes das eleições por exemplo, tentaram vazar nomes de forma estratégica para prejudicar o governo, tentarem relacionar meu nome com pessoas do primeiro escalão do governo". As críticas ao relatório se referem sobretudo ao fato de Mentor ter sugerido o indiciamento do ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco, por crime contra o sistema financeiro, ao lado do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, acusado de sonegação fiscal, evasão de divisas e crime contra o sistema financeiro. Mentor, no entanto, assegura que "os pedidos de indiciamento foram feitos exclusivamente com base técnica, a partir de dados e informações que estão na CPI". O relator propôs o indiciamento de 91 pessoas por crime contra o sistema financeiro, evasão de divisas ou sonegação fiscal, e sugeriu que o Ministério Público dê continuidade às investigações. Sugeriu, também, que seja discutida a possibilidade de dar anistia fiscal e penal para permitir a repatriação de parte do dinheiro enviado de maneira lícita ao exterior.