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?Mentira basta para abrir processo?, diz Péres sobre Jader

Por Agencia Estado
Atualização:

O senador Jefferson Péres (PDT-AM) voltou a defender nesta terça-feira que as declarações falsas de um senador a seus colegas é o bastante para a abertura de um processo no conselho de ética, por falta de decoro parlamentar. Segundo ele, não haverá alternativa, se ficar comprovado que o presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), mentiu ao se defender das acusações de envolvimento em fraudes. Jader tem sido enérgico, ao se defender, normalmente partindo para o ataque. E não raro o que afirma entra em choque com o que ele próprio disse e com fatos de conhecimento público. Ele garantiu, por exemplo, que seu nome nunca foi citado nas auditorias e relatório do Banco Central sobre o desvio de recursos do Banpará. O próprio BC afirma o contrário. No relatório que o Estado publicou em 1996, o nome de Jader aparece 16 vezes. O senador disse que estava arquivado o processo em que foi acusado de desviar recursos subsidiados que recebeu para aplicar em 400 hectares de seringais. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), no entanto, anulou a sentença que arquivava o caso e reabriu o processo. Jader negou ter envolvimento em processos sobre emissão irregular de Títulos da Divida Agrária (TDAs). No entanto, ele é acusado de fraude na desapropriação de terras no Polígono dos Castanhais, no Pará, numa ação popular que tramita na 15ª Vara Federal de Brasília. O senador disse que não tinha maiores ligação com o empresário José Osmar Borges, acusado de ser o maior fraudador da Sudam. Borges já disse em entrevista que é seu ?amigo?. Além de que ficou comprovado que ele foi sócio da mulher de Jader, Márcia Cristina, na Agropecuária Campo Maior. A revista Veja informa que o empresário telefonou para ela 18 vezes em três meses. O senador também negou ter ligação com Maria Auxiliadora Martins, suspeita de ser a mentora das fraudes na Sudam. Além de morar numa casa que foi de Jader, era ela a encarregada da contabilidade da empresa Centeno & Moreira, da mulher do senador. Era ela quem cuidava do ranário, em que houve diversas irregularidades na aplicação de verbas públicas, mas que, na visão do senador, ?funciona normalmente?. Jader Barbalho informou na declaração sobre seus rendimentos que leu em plenário, feita pela empresa Boucinhas & Campos, que seu patrimônio em 1993 era de 7,883 milhões de ufirs, o que daria hoje R$ 8,38 milhões. Já ao Tribunal Regional Eleitoral do Pará, ele disse ? em 1994 quando se candidatou ao Senado - que seu patrimônio em 1993 era de 12,420 milhões de ufirs, o que equivaleria a R$ 13,21 milhões. O senador também negou proximidade com José Soares Sobrinho, apontado como líder do esquema de desvio de verbas da Sudam no Pará. As investigações mostraram que o empresário era seu cabo eleitoral em Altamira desde 1989.

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