Mensalão: secretário de Aécio será investigado

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Por AE
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O governo mineiro corre o risco de entrar nos holofotes na segunda fase das investigações do mensalão tucano. O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, pediu ao Ministério Público de Minas que investigue ?a conduta sob os enfoques cível e criminal? do atual secretário de Governo de Aécio Neves, o deputado licenciado Danilo de Castro (PSDB-MG). Castro foi avalista, com o deputado estadual Mauri Torres (PSDB), de um empréstimo levantado pela SMPB Comunicação, no valor de R$ 711 mil, no Banco Rural. A transação é de 25 de novembro de 2004, quando Castro já ocupava seu posto no governo mineiro e Torres era presidente da Assembléia Legislativa. O secretário de Governo é o principal articulador político do governador de Minas e foi coordenador de sua campanha eleitoral em 2002. No processo de composição da nova Executiva Nacional do PSDB, aliás, Aécio conseguiu emplacar na secretaria-geral o deputado Rodrigo Castro (MG), filho de seu auxiliar. O empréstimo foi contraído pouco depois das eleições municipais de 2004. Já os contratos de publicidade, segundo o próprio governo mineiro, foram assinados um ano antes da transação, em 26 de dezembro de 2003. A SMPB fechou um contrato de R$ 12,6 milhões e a DNA, outro de R$ 3,6 milhões - as duas empresas eram do publicitário Marcos Valério, pivô do escândalo do mensalão que abalou o governo Lula. Elas ganharam a licitação com outras quatro agências. Após vir à tona o escândalo do mensalão, o Ministério Público solicitou a suspensão da execução dos contratos. Na época, o governo mineiro era atendido por 11 empresas de publicidade. SUPREMO Em seu pedido, o procurador-geral registra que, em sua avaliação, as apurações devem se estender a ?demais envolvidos? e reitera que ?os fatos ensejam apuração sob os aspectos cível e criminal?. Ele sugere a investigação em documento encaminhado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, relator do caso do mensalão tucano. Para ajudar nas investigações, pede que seja remetida ao Ministério Público Estadual mineiro a cópia integral da documentação levantada pela procuradoria e pela Polícia Federal durante as investigações do esquema de financiamento ilegal da campanha do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ao governo de Minas em 1998. Barbosa ainda decidirá sobre o pedido do procurador-geral, mas a praxe do STF em casos como esse é aprová-lo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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