Menores cidades têm piores indicadores sociais

Por Agencia Estado
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As menores cidades brasileiras apresentam os piores indicadores sociais, enquanto as maiores, especialmente as capitais, registram as melhores condições de vida. Essa é uma das principais conclusões da pesquisa de indicadores sociais municipais de 2000 divulgada pelo IBGE. Enquanto a renda média dos chefes de família das metrópoles é de R$ 1.190, a das cidades que têm entre 5 mil e 10 mil habitantes é de R$ 410. No que diz respeito ao saneamento, enquanto 79% dos domicílios reúnem condições adequadas de moradia nas grandes cidades, nas pequenas, de até 5 mil habitantes, o índice é de apenas 21,7%. Esse segundo grupo de municípios, com poucos avanços sociais, foi exatamente o que mais cresceu no País na década de 90. Os dados da pesquisa revelam que houve um verdadeiro "boom" de emancipações e criações de cidades nos anos 90, passando de 4.491 municípios para 5.561, ou seja, 1.070 novos municípios em dez anos. A maior parte desses municípios tem até 5 mil habitantes e, portanto, apresenta os piores indicadores sociais. A pesquisa foi realizada com base no Censo 2000 e fornece informações como rendimento, analfabetismo e saneamento em sete categorias de municípios, agrupados de acordo com o número de habitantes. A cidade de Campinas (SP) apresentava em 2000 o maior rendimento médio mensal do responsável pelo domicílio (R$ 780) entre as cidades com mais de 500 mil habitantes, segundo revelou a pesquisa de indicadores sociais. Entre as dez cidades desse porte com maior rendimento, seis estão no Estado de São Paulo. São elas, além de Campinas: São Bernardo do Campo (R$ 756), Santo André (R$ 730), Ribeirão Preto (R$ 700), São José dos Campos (R$ 700) e São Paulo (R$ 700). Destacam-se também na pesquisa as cidades de Porto Alegre (RS, com R$ 750), Curitiba (R$ 700), Rio de Janeiro (R$ 650) e Brasilia (R$ 630). O menor rendimento médio mensal em cidades desse porte foi registrado em Teresina (PI, R$ 295). Ainda no que diz respeito aos municípios com mais de 500 mil habitantes, a maior proporção de domicílios com saneamento adequado está em Ribeirão Preto (96,3%) e a pior em Campo Grande (MS, com 27,1%).

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