Mendes quer investigar se Dantas tinha cúmplice no STF

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Por MARIÂNGELA GALLUCCI
Atualização:

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse hoje que vai encaminhar uma representação ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, pedindo que sejam investigadas suspeitas de ligação entre um ex-funcionário do STF e o banqueiro Daniel Dantas. As suspeitas foram lançadas pelo juiz da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, Fausto De Sanctis, na sentença em que o magistrado condenou Dantas a dez anos de prisão por corrupção. Na decisão, De Sanctis afirmou que Sérgio de Souza Cirillo, que do final de julho até outubro exerceu um cargo de confiança na Secretaria de Segurança do STF, tinha ligações com o professor universitário Hugo Chicaroni, também condenado junto com o banqueiro. Chicaroni teria telefonado nove vezes para Cirillo entre junho e o início de julho, conforme a sentença. "Tal fato revela, pois, que os acusados, para alcançar seus objetivos espúrios, dias antes de oferecer e pagar vantagem às autoridades policiais, atuavam sem medir esforços em suas ações na tentativa de obstrução de procedimento criminal, tentando espraiar suas ações em outras instituições", afirmou De Sanctis na decisão. "Sérgio de Souza Cirillo foi, posteriormente, nomeado em 30.07.2008 como assessor, figurando como substituto do secretário de Segurança do Supremo Tribunal Federal e, finalmente exonerado em 06.10.2008", informou o juiz. O STF informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que Cirillo foi nomeado para o tribunal por indicação do então secretário de Segurança do Supremo, Gabriel Alonso Gonçalves, que também foi exonerado do cargo no final de outubro. Segundo o STF, Gonçalves teria demonstrado que "não tinha perfil adequado para exercer o cargo".

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